No universo do grito, o silêncio é a tradução de covardia, o choro engolido é desespero, a mentira é um meio pra traduzir a verdade.
Pode estancar meu rio, pode tapar minha boca, posso ter os olhos secos.
O ódio é suco amargo, a saudade uma bala doce alucinante, a desilusão aguardente do boteco fedido.
Mas vou, se me é possível chegará um dia numa carta, o marco, o dia do grito.
Minto, no entanto satisfeito com a mudez que contém palavras duras, verdades curtas, convicções renunciadas.
Ajude-me a permanecer, não tenho cacife, mesmo consciente da sua eminente apresentação a garganta aspéra tem seus dias contados.
A lua está cheia, meu jardim escuro.
Meu destino entrelaçado, minha alegria mitigada, a ira modificada por um sentido.
Tempo.
Venham os ventos e levem os dias, abreviem as horas.
Ausente...