Me pergunto sobre o que é mais importante: Estar ou permanecer? Estar é se fazer presente de forma física. Acompanhar sem osmose. Falar pra ser ouvido. Olhar nos olhos e ser bem ou mal intencionado, entendido pelas expressões físicas. Estar é acostumar-se com a presença e a constância. É poder contar sem pedir. É ficar triste e ser acalentado sem pedir socorro. É ter os gostos saciados saciando. Ter as verdades transmutadas nas pequenas coisas do dia-a-dia. Ser compania, colchão, lençol ou cobertor. Depende do dia e da necessidade. É dividir a pasta de dente no final, comer pão no mesmo prato...
Estar é correr o risco de não fazer parte, de acostumar-se. De não ser necessário. Estar é correr riscos. Isso também tem seu lado bom. Desde que tomei consciência da minha vã existência sempre quis passar sem ser percebido. Tenho lutado com isso.
Permanecer é partir e não deixar. É estar e não ficar. Estar perto porque está dentro. É construir sonhos juntos. Sentir saudades e ter o desejo de surpreender. Surpreender sempre. Não fazer conta do dinheiro num tempo em que tudo tem um custo e que pensar nisto é forçoso e necessário.
Permanecer é sermos eternos desconhecidos nos conhecendo. Permanecer é reunir o do norte e do sul. Conhecer as histórias. Aprender com os limites, abraçar as fraquezas, expor as necessidades. Se divertir com tudo isso. Alargar a intimidade. Supor no ecerto, se dispor ao erro.
Aprender a cair, ajudar a levantar.
Isso tem sido fecundo nesses dias. Exercitar a virtude em ser tão desvirtuoso como eu.
Bom o título se refere a estar como vinco principal e permanecer como apoio. Feitos um para o outro o parafuso e a porca, ou arruela, se assim quiser chamar.
As vida não se consolida em três meses de conversas, nem em três semanas de contato. A vida está aí pra ser construída, como o ambos o parafuso e a porca precisam ser lubrificados, apertados, folgados... Precisa-se viver.
E tem sido uma satisfação.
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