Enquanto houver sol haverá um sonho, uma história, uma esperança... Enquanto o céu refletir em mim sorrisos haverão canções e saudades... Enquanto houver sonhos haverão novos amigos... Nas esquinas da vida sempre um novo! E uma vida inteira pra decifrar... Eu sou do Sol! Sou da luz! E do dia...
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O que se escreverá?
Abracadabra!
O que há dentro da cartola?
Cola? Carola?
O futuro eu não sei dizer...
Minha vida só um instante.
Será que terminarei o calendário?
Emplacarei o dez de dois mil...
Não tenho resposta...
Minha vida é uma hora passageira!
Como um dia que escapa entre minhas mãos...
Tá eu sei.
Se eu pensar no amanhã terei medo das inconstâncias.
E o que tenho?
Hoje!
Bem sabes meu Deus...
Pra amar como o mar, só tenho hoje.
Escrevo, amanhã não sei...
domingo, 27 de dezembro de 2009
Mil coisas a dizer, quem tem olhos, leia...
Eu tenho tanta coisa para dizer, tanta, mas tanta. Tanta mesmo. Que se eu ficar em silêncio as possibilidades se multiplicam e dá no mesmo.
Definitivamente não sei o que está acontecendo comigo. Também desisti de entender. Hoje não estou agüentando o peso que é viver de verdade. Peso que pesa, mas passa. Parece que faz tanto tempo que vivo esta vida que não é minha, que me esqueci o que é verdade e o que é mentira dentro de mim. Prefiro optar por mentiras sinceras a verdades cortantes, essas sim, tão deliciosas.
Travesseiro quente me dá insônia. Parece que começa a esquentar meus pensamentos, minhas idéias, e, de noite, eu sempre preciso esfriar minha cabeça. A mim, já me bastam o corpo em febre e os desejos como fogo. E ontem fui dormir todo encolhido, agarrando ao meu travesseiro, fazendo festinha em mim mesmo até dormir.Estava dando voz às minhas culpas de estimação, tentando me despedir delas.
Tenho apertos incontroláveis no peito à vezes. Inexplicáveis e inconfundíveis. São sempre iguais.Agora estão mais freqüentes. Talvez eu fosse mais forte se entendesse a alma dos homens, a minha pelo menos. Eu queria não sentir nenhuma falta, nem física nem metafísica. Eu queria ser vento ou fortaleza. Se eu fosse um pouco mais seguro das coisas que eu não tenho, talvez eu vivesse mais feliz na felicidade que eu não conheço.
Estive sempre procurando algo e todas as vezes que eu achei que encontrei não demorou a ver que eu perdi. Quando isso acontece, espero que o tempo ou a correnteza traga de volta. Espero que o vento sopre a vela para o meu porto. Mas no meio do caminho fica um vendaval. Fica um buraco. Tem sempre uma pedra no meio do caminho. E o que você faz? Foge para Passárgada ou marcha? Marcha para onde? Marcha-ré. E nem adianta tentar abrir a porta que não mais existe. Nem ficar em silêncio, ou recorrer às estrelas cadentes. Quando será que eu vou descobrir que o mundo é de verdade?
Com o tempo a gente começa a descobrir por que é que algumas pessoas têm medo de algumas coisas. Eu tenho medo. Quando a gente descobre essas coisas, que mexem tanto, a gente também percebe que é tarde demais pra gente e que deveríamos ter saído antes daquele lugar onde, na verdade, nunca deveria ter entrado. Depois fica insuportável. Mas o pior é quando a pressão interna é maior que a externa.
Não é o tempo real. É o nosso tempo, nossa dimensão. A minha urgência de viver...e de repente o tempo escoooooo...ooorrre e as horas paaaaaassam... E sou relógio. E sou dia. E sou semana. Mês. Quantos anos mesmo? Agora entendo por que é que algumas pessoas insistem no fato de que mentir é diferente de omitir e lembra das próprias mentiras escorrendo como fel, amargo na garganta inteira, descendo até o estômago.
Olha que incrível: Só agora me dei conta porque estou escrevendo. Todos os motivos para essa angústia e essa descrença disfarçadas de lágrimas conta-gotas é amor. Nestas últimas semanas eu perdi um pedaço de mim e, quem sabe, do meu coração. Eu caminhei com você para algum lugar. Caminhei, parando para sorrir, parando para chorar, parando simplesmente...Vivendo algo que não conhecia como amor, apenas brilhos dele...
Acho que não sei usar o amor. Às vezes arranha feito farpa. Gosto de me arranhar. “Há em mim um estranho prazer em exibir minhas cicatrizes” Depois de alguns momentos, de alguns silêncios, meu coração não cabe entre os prédios, meu coração é maior do que o mundo e anda solto voando no ar. Amar alguém que eu não sei se conheço, que de todas as distâncias parece estar na maior delas, entre as montanhas e o mar. Entre a pele e o suspiro. Entre o afago e o tesão.
Sabe... Mesmo antes de existir, alguns beijos são tão intensos, algumas bocas são tão boas, alguns abraços são tão fortes, alguns toques são tão delicados, alguns cheiros são tão doces. Alguns momentos são tão únicos. Que voam como aviões (ou dentro deles). Acho mesmo um pecado que todas as pessoas do mundo não vivam tudo isso, mas eu também não recomendo os meus momentos. Por puro egoísmo.
Ali, na minha frente, está quem eu escolhi para amar, até que a morte nos separe - eu e meu desejo. E é nesta hora, quando eu descobrir isso e escolher viver, tudo tanto pode como não pode, tudo tanto é quanto não é, tudo é tanto sonho que não chega a ser vida real, tudo é tão longe que deixa de ser só vontade e passa a ser sentimento, meu, dentro de mim, seu dentro de você, nosso, dentro da alma do mundo. Tem coisas que de tão boas não cabem em mim.
...
Hoje só quero no meu corpo o gosto simples de me sentir acordado, amado, desejado. Alheio às tormentas habituais e rotineiras e as lágrimas derramadas ao fim da sessão da tarde. Decidi que tenho coragem e que já estou casado de não gostar de mim. Nem de ninguém. Nem de amar ninguém. Nem de me amar.
...
E não é que a chuva chegou até aqui e molhou meus pés? E não é que minha janela ficou pequena demais? E não é que tem algo me apertando lá dentro? E não é que o mundo é imenso lá fora? E não é que de repente não tenho mais medo de avião? E não é que tem amor que não sai de mim? E não é que eu consigo dizer não? E não é que algumas coisas estão apenas começando? E não é que algumas cascas descascadas e futucadas já deixam a ferida exposta?
Entre os sons
Hoje, agora, tenho vontade de gritar, de sumir. A vida não se resolve por ela mesma e a decisão faz parte da beleza, da construção e da aflição de cada dia. Eu sei disso faz é tempo, mas não sei colocar em prática nem metade do que penso e que acredito.
Ouvindo "The boock of love, The magnetics fields", entrei em crise de dor, de vontade. Onde estão meus sonhos? Onde está minha coragem? Onde ficam as minhas verdades?
Elas precisam sair das letras, precisam ganhar o espaço e tirar- me do sufoco. Estou entre meus sons...
Eles são lindos, mas na mesma medida insuportáveis e estão aqui dentro presos, sozinhos. Não sei como fazer. Dentro de mim uma canção de Amor canta, uma voz de um lugar remoto, dejavu, uma melodia só minha.
Amargurado pela minha dor, aprisionado pela verdade latente.
Eu quero o colo pra chorar as minhas lágrimas e um ouvido paciente pra me escutar.
Há tanto a ser dito. E eu nem sei por onde começar. Ainda olho o mar ... Será na imensidão que encontrarei a necessidade de ser tudo, de me diluir e me entregar?
Está errado tudo, tudo maluco no berço das minhas certezas. E pra onde vou? E onde estou?
Cada minuto é um suplício, cada verdade um sacrifício, cada dor um soluço, cada sonho a necessidade de um abraço.
E onde estão esses braços? Onde se perderam os passos? Como posso fazer pra voltar? Existe volta? De quem é essa imagem refletida? O que existem nesses olhos? Falam o que diz o coração? Tenho saudade de ser criança, hoje sou eu, quem sou, multidão.
Anderson me falou a um mês atrás que minha virtude e meu algoz é a capacidade de perguntar.
Continuo sem resposta, encurralado no meu desejo, afirmando minha vontade, negando as minhas ações. Mas isso é ser feliz?
Sorrir? Chorar? Quero ser a cor do meu som.
Sonho com esse dia.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Bonança
Com um samba na língua vou indo. Tenho desilusões de Amor pra cantar. Tenho Amores impossíveis. Já nem posso dormir com Marylin Monroe, e, não estou deseperado. Nem sei se existe o ser "vencedor, campeão", não é bem saber ou não se existe, não sei se acredito nesse heróismo ligado ao ter, ligado ao poder e uma pseudo liberdade que não existe. Estamos dominados pelos conceitos da mídia, pelo falso livre-arbítrio que nos mantém calados diantes das necessidades reais da humanidade. Estamos a serviço do pão e circo e da inveja, que nos empurra a consumir e a querer ser o que não somos, a trabalharmos incansavelmente em busca dos apelos publicitários e seus apelos perfeitos.
Ando incomformado com o mundo, mas não ando em conflito com o sistema. Deixei de apostar nas políticas, mas vejo sentido nas forças das minhas mãos, no meu trabalho, nas coisas simples semeadas, no desejo de ser feliz, nas pequenas coisas que ainda me fazem apostar e ter fé.
"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: Pode ser a pessoa mais imortante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e , neste momento houver o mesmo brilho intenso sobre eles, fique alerta: Pode ser a pessoa que você estava esperando desde o dia que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos encherem d'água, nesse momento perceba: Existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar junto apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um Amor." O Amor segundo Drumond, primeiro parágráfo.
Espero nessa troca de olhares, e sei que a magia é a última esperança, o fio que nos mantém ligados a vida, extraindo água da pedra, o começo do fim da nossa vida. Ainda corro pra e esconder, sem saber que o fim já vai chegar. Com rugas ou sem elas o sol ainda brilha na janela, ainda sabemos escrever cartas bregas de amor, ainda apostamos no anti Rousseu e seus Emílios.
Ainda estamos esperando a vida. E ela passa. O tempo, menos relativo, mais analítico porque temos muitos problemas pessoais e coletivos, porém subjetivo.
A nossa estrela vai cair.
domingo, 4 de outubro de 2009
Metade e inteiros.
Metade tem ironia, metade tem luminosidade.
Água
Acordei sedento de fluir palavras, de dizer-me coisas. De soltar meus gonzos.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Um Pouco mais de mim. Parte outra.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Tortura ou viver.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Dona Esperança, a última abordagem...
Estou vivendo uma situação muito parecida ( mais uma vez). Como disse, eu odeio rotina. Acredito que por causa disso sempre tenho tido essas reviravoltas. São os temperos.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Dê-me as letras
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Pequena elegia
Uma canção não será mais uma canção.
Um perfume será mais que um cheiro.
O dia será como qualquer outro.
Os caminhos me levarão a rotina.
Eu verei novos sentidos.
O sorriso é de alegria, não de sarcasmo.
O abraço será sempre de saudade.
As cartas darão lugar à Internet
E mais uma vez ficaremos ansiosos.
Ficaremos com notícias de quem amamos.
Os olhares se tocarão,
Ouvirão o canto do pássaro.
Os pássaros sempre cantam, mas não vemos os sinais...
As mãos estarão trêmulas.
O coração acelerado.
Passe, pássaro!
Anuncie a primavera!
Quero ouvir dizer:
- Vem, olha! O inverno já passou! As flores estão abertas...
E direi:
- Espera, estou chegando... Depois do inverno o tempo em flores.
As folhas já caíram!
A chuva já lavou.
O frio purificou...
E dirás:
- Oh chuva que moveu a vontade de escolher a viver sem calor...
A andar, debaixo das nuvens sem ver o sol!
E direi:
- Quando na vida o Sol se ausentar, não vou me preocupar...
Sei que entre as nuvens está.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Dona Esperança, parte 2.
Falar da esperança é falar de solidão. As duas andam juntas de mãos dadas. São duas boas amigas... Na medida da minha justificação muitos irão concordar comigo...
Viver é um mistério...
Nada é previsível.
Posso tentar planejar o meu futuro, e, estabelecer metas, mas no percurso alguns acasos podem dar ‘cara nova’, diferenciais, norteando uns novos sentidos, dividindo águas, estabelecendo pontes. Mas todo este caminho só posso fazê-lo sozinho. Ninguém nem nada podem ser responsabilizados pelas minhas decisões. Meus pensamentos, minhas atitudes, embora influenciáveis passam pelo crivo da minha vontade que manifesta qualquer tipo de escolha.
A solidão é uma marca da nossa humanidade. Somos sozinhos na multidão. Embora estejamos sempre ansiando qualquer tipo de afeto (ou estando com este afeto) não temos a solidão saciada. Somos um mistério pra nós mesmos, imagine pros outros... Por mais que comuniquemos o que estamos sentindo ou vivendo o outro sempre está à margem da profundidade de cada gesto e palavra que possamos transmitir. Mudamos de opinião como uma mudança climática e não encontramos satisfação.
Entre em cena a danada da esperança. O papel dela é estabelecer o sonho nessa vida escura, onde andamos apalpando algo em busca do futuro.
Sonhar é um sustém. Faz a magia habitar na vida, extraindo o que há de mais inefável ou libidinoso escondido no íntimo. Através dos sonhos e fantasias plantamos o Amor, o fazer o bem, a solidariedade, a satisfação de acordar numa manhã de sol, alegria ou dor de ter as máscaras reveladas e ser pego de improviso. Somos muito o que não escolhemos ser.
Viver um sonho é ser sem ser impedido. Por isso o carnaval faz tanto sucesso... As pessoas se vestem de um personagem que não se manifesta nos outros trezentos e cinqüenta e cinco dias do ano. Por isso a arte expressa a alma dos artistas... Beleza e verdade manifesta sem preconceitos, sem machucar ninguém (pode acontecer o contrário também...) Daí o sucesso dos entorpecentes. Ser libidinosamente livre, sem arquétipos sociais. E o sucesso das alienações religiosas? É muito fácil estabelecer no indivíduo metas desencarnadas da vida real.
Por isso ainda acredito que responder às perguntas de nosso auto conhecimento ainda seja um caminho individual e subjetivo, porém livre das fórmulas. Se somos solidão, devemos trilhar sozinhos o caminho para o entendimento individual. Livre eu sou protagonista da minha própria vida. Ainda cheio de complexidade e indecisão, porém com autonomia histórica.
Terça-feira tive uma crise de posse. Nada me pertence de praxe. Preciso aprender isso diariamente. A única coisa que tenho sob meu poder é meu passado, e, mesmo assim ele nada pode fazer. O meu presente acontece, meio desvirtuado, medroso. Meu futuro não veio e depende do meu agora. Me senti extremamente só, desolado. Tive uma vontade louca de escrever (já que não podia gritar nem chorar na rua), mas não tinha papel, nem caneta pra registrar minha crise. Tive inicialmente que me contentar em pensar e ouvir meu Mp4.
No ônibus, depois de algumas horas de solidão total conheci uma garota que sentava do meu lado. O nome dela é Catarina.
Conversamos sobre o presente, sobre saudades (sinal de que tivemos algo de bom e marcou o caminho trilhado), falamos da falta de domínio sobre o futuro, sobre estudar, sobre vida profissional. Ela me contou que mora no interior pra onde eu estava indo, que morava só em Salvador, e, que estava passando poucas e boas por estar estudando na Ufba e ser do interior. Falou sobre os vazios, ausências, diferenças e descobertas.
Contei a ela que naquele mesmo dia tinha dito várias vezes “amo você”, porém continuava a me sentir vazio. E Constatamos juntos que os sentimentos são propriedade particular, mas os sinais corporais com os olhos, com as mãos, com o corpo são compartilhados com o outro. As emoções precisam se expressar pra fazerem história...
Me lembrei de Maria Eugênia. Uma grande amiga que tive durante o segundo grau. Ela foi uma jovem sonhadora... Passamos três anos de nossas vidas sendo movidos pelos mesmos sonhos. Cada um em sua órbita. Ela desejava cursar Nutrição na Ufba. Vivia pra estudar. Saíamos juntos, ríamos juntos. Chegamos a nos beijar por falta de opção. Tudo isso eu contei a Catarina que riu muito.
No final do terceiro ano fui morar em Macapá. Passamos um ano nos comunicando esporadicamente, muitas vezes nem nos falávamos, no entanto mantivemos o Amor um pelo outro e amizade viva através de telefonemas, bilhetes, telegramas e cartões. Ela passou em Nutrição. Pra todos nós que a amamos foi uma alegria. No final do segundo semestre dela voltei de férias muito louco pra reencontrá-la. Isto aconteceu exatamente no dia quinze de Novembro do ano dois mil.
Cheguei em casa joguei minha mala no quarto, comi, tomei banho e liguei a tv. A primeira notícia apresentada foi a morte de uma estudante de nutrição acidentada por um ônibus e tinha sido Maria Eugênia. Fiquei catatônico por umas três horas. O Choro veio lavar a minha dor e a minha saudade.
Ela tinha deixado um dia antes o campus da universidade e fora tomar o coletivo pra voltar pra casa. Enquanto subia as escadas o motorista arrancou o carro em alta velocidade e ela foi jogada longe, onde bateu a cabeça no meio fio e veio a falecer no local. E eu não pude dizer a ela o quanto eu a amava, o quanto ela foi importante. Catarina chorou.
Temos de dançar conforme a dança da vida? O que fazer então? Paralisar diante dos sonhos abortados? Desde então compreendi que viver é ser intenso. Não deixaria mais pra amanhã o que posso fazer hoje. A vida nos obriga a mudanças bruscas...
Não me arrependo de ter dito ‘eu te amo’ a quem quer que seja. Amei e amo de verdade. A Maria Eugênia eu não disse... Mas as minhas mãos, o meu corpo disse.
Eu dizia no primeiro texto que compreender o passado é aprender a dar sentido e viver melhor o presente. Os sofrimentos, as perdas, dores precisam fazer parte da nossa vida. Edificam e constroem. Aprender a analisar a si mesmo é dar os nomes certos ao amor e ao ódio.
Em cada dia uma chance, porque deixar de sonhar é uma tragédia.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
o salto, desafio de conviver...
Tenho milhões de convicções acerca de mim mesmo. Abrir mão de uma requer violência, mas não é impossível... A convivência diária é esta violência. Conhecer, se aventurar e se lançar em qualquer tipo de relacionamento é afiar as ranhuras que existem... Algumas partes se deixam lapidar, se tornam pedra lisa, polida, outras nem foram tocadas ainda. Deus queira que sejam... Porque não existe melhor ou maior desafio na vida além de conviver com alguém que 'torra' a paciência nos lançando ao limite de nós mesmos. E isto também tem seu limite. Cada um deve conhecer o seu.
Estou vivendo uma situação delicada de encontro com a paciência e intolerância. E não são fatos novos, mas me assustam e me põem em dia com meu lado obscuro. Em paralelo tenho aprendido a ser paciente com o dinheiro que não chega, com meus devedores e credores.
Hoje mesmo me ví à beira de um ataque de nervos. A desconfiança me mata e mina qualquer sentimento positivo que eu possa carregar. Me ame e confie. Como diria o Superman: "Eu tenho um plano" (kkkkkkkk).
Não tenho plano coisissíma nenhuma. Tenho muito desejo de acertar.
Sei que cada um tem seu lugar ao sol, porém preciso adquirir a paciência na mediocridade. Não tenho. Se for alheia piorou... E esta é a mais exigida na lei da paciência! Diariamente devo voltar o meu olhar pra o entendimento de que os meus limites são largos em alguns aspectos, e, curtissímos em muitos outros.
Mais uma vez entra a danada da convivência, o maior desafio humano. Apanhei muito na infância e adolescência pra entender e desejar ser o tolerânte que tenho buscado ser.
Escrevo isso sem ser penoso, ou pesado. Escrevo porque a liberdade me faz olhar pra autenticidade de ser quem sou sem medo, sem dúvida. Tive de crescer muito cedo... Trabalhei pela primeira vez aos desesseis anos. E disto também tive de colher positividade: Ser responsável com o que me é cabível, entender as minhas prioridades... Ainda colho as negatividades: Não ser apegado ao tempo de compreensão do outro, transpor os limites da força e dos horários por causa do trabalho, esquecer de ser afetivo com quem está ao meu redor e ver as realidades numa ordem prática sem subjetividade...
Essas consequências me acumularam uma crise de estress aos dezoito anos. Perdí na época a capacidade de enxergar as minhas imperfeições, me configurei ao maniqueísmo. Estava sendo treinado pra acertar sempre. Errar poderia ser fatal... Por faticidade tive de aprender a cair e pedir ajuda pra levantar. Por conta disso, hoje não posso viver mais sozinho. Meu coração se dilatou e se tornou desde muito cedo uma história a ser contada. Sozinho significarei muito pouco.
Os erros possíveis e reiais se tornaram jóias preciosas. Acolho que meu lado negro tem total influência sobre o lado mais claro, ou mais visível às pessoas...
Se Deus é Amor eu acredito nele.
Acredito porque o Amor sempre foi canal de cura pra mim... Sei o quanto sou amado entre tanta limitação e pobreza...
Se Deus é Esperança, ela mora em mim.
Enquanto existir vida, existirá espera e um sim como resposta aos desafios que virão...
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Dona Esperança
Lendo o livro da Vida de Teresa de Ávila aprendí uma lição de vida que trago fortemente em todos os meus dias: Somos movidos pelas paixões diárias. A paixão por um ideal move-nos a consurmirmos a nossa vida por essa meta.
Teresa disse que presenciamos três fases em nossa vida: Viver - compreender - explicar. Vivemos muitos fatos que nos parecem incautos, dolorosos, vergonhosos. A memória pra alguns é um suplício. Essa vida marcada, dolorosa, de busca de compensação da nossa sede de sermos amados incondicionalmente projetadas no outro pode vir a ser a construção de maturidade humana. Nunca deixaremos de desejar o Amor, mas vamos aprender no processo de leitura do nosso passado a forma de darmos sentido ás feridas que trazemos na nossa história de vida.Sem o encontro com esse processo e com essa construção podemos nos tornar um barco à deriva.
Eu me sentí muitas vezes descompensado com relação aos meus sentimentos, e a necessidade de ser amado de forma incondicional. Qualquer tipo de relacionamento era sinônimo de renúnica e intensidade total pra mim. Me lembro que quando criança e adolescente era capaz de ir às últimas consequências numa amizade pra sinalizar a minha fidelidade. Entendí essa minha atitude quando ví na minha história ausência e incompreensão...
Compreender é o segundo passo depois da reeleitura do passado.
Continua
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Com atitude de sonhar
Seguindo uns pequenos passos em direção ao teu coração.
Vou com calma.
Me dá esse lugar...
Eu lancei fora o medo do meu lugar.
Deixei um espaço reservado pra você.
Lá está teu cheiro.
A tua fênix, enorme.
E uma saudade.
E a alegria, de ser seu.
Seguí teu sorriso e achei uma folha verde, nela estava escrita teu nome.
Sonhei com ela encostada em meu peito, deixei por osmose alegria de te encontrar;
Deixei por osmose a alegria se transformar em saudade.
sábado, 4 de julho de 2009
Alegria
Ninguém se lembra que ela é uma mulher normal... Imagine ela, depois de acostumada dando puns na cama com o seu encantado, acordando-o com o bafo, sendo assistida numa dor de barriga ou tendo que administrar as questões da realeza. Como ela foi obrigada a ser "plebéia" a vida inteira deve ter sofrido a pressão...
Com certeza tudo isso deve ter sido menos pesado que conviver com as irmãs loucas, e a má drasta...
Justificar:
O que isso tem haver com o título do texto? Alegria não é ausência de dor... É Motivação. É dar sentido as dores e renuncias diárias. Quando digo sim a algo, digo não a muitas outras pessoas e coisas. Um sim é feito de muitos nãos e renuncias...
Estou alegre, feliz porque disse sim. Eu quis dar mais uma chance pra mim.
Estou agora nesse mesmo período que a Cinderela. Como já dizia a minha avó: " Quem quer os beijos, que aceite os peidos".
A alegria tem essa capacidade de resumir as coisas. De tornas as pessoas leves, bonitas e despretenciosas. Talvez seja porque eu não tenha muito pra dar e nem sinta os interesseiros, os malvados. Um sorriso apaixonado, uma ligação inusitada é capaz de derreter qualquer coração duro. Ou qualquer difilculdade.
Andar nú nunca foi tão bonito.
Ser transparente nunca mais tinha sido moda.
Os matizes da luz do sol a muito não tirava os olhos do limbo. Ser movido pela alegria da paixão e do sonho tem alimentado a minha alma pobre e débil.
As imperfeições se tornaram belas, o mal se esqueceu de ser cruel e sorriu.
O inferno se tornou um lugar onde pude ver uma luz e ter mais uma vez o desej de cantar.
As palavras, antes enigmáticas se tornaram claras, translúcidas.
O cisco no olho, piscar.
A vela no mar aberto, a singrar...
A água na bica, o desejo de tomar banho.
O calo no pé, e o desejo louco de dançar...
Calar.
Gritar.
Indo só eu e meus sentimentos. Cego e seguindo...
O Imoral se tornou amoral nos braços de um novo, velho Amor.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
A beleza escondida.
A beleza tem esse poder às vezes... Manipula nossos olhos. Nos cega... Pode gerar a cobiça, o desejo a libido, onde os sentidos visuais podem ser facilmente enganados...
Faz pouco tempo, mas tenho andado na crença do que está escondido. O dom de mim mesmo talvez esteja me ensinando.
Lí uma vez num livro de Daniel-Ange que somos como baús. As verdadeiras preciosidades estão escondidas. É preciso tempo, investimento dele pra ver. "Encontrar isso em si mesmo é dar sentido ao dom de si", diz o livro. Tenho experimentado isso de forma concreta.
Tomara que não seja mais um sonho... Minha vida feito deles...
" BOM DIA, SONHO
BEM VINDO À HORA DE ACORDAR
ESTE É O SOL,
ESSA É MINHA VOZ
VIVO DE BRISA
ANDO NOS PASSOS DA MANHÃ
BEM VINDO A MIM
O ÚNICO QUE SOU
ESSE SONHADOR
MINHA CASA
É TUA CASA
MEU OLHAR É TEU
DA JANELA VEJO COISAS
PRA TE OFERECER
NESSA RUA PASSA O MUNDO
DE ONDE VEM, NÃO SEI
SEI QUE É FEITO
DE OUTROS MUNDOS
MUNDOS DE QUEM É
SONHADOR"
Me fazer feliz.
Jogar o jogo da felicidade;
Encarar o lado bom das coisas complicadas (Olha que são muitas).
Simplificar as complicações.
Chorar se for preciso.
Sorrir se for preciso.
Eu quero muitas coisas. Que meu tempo não acabe...
terça-feira, 30 de junho de 2009
Dando uma volta na esquina.
Fiquei me perguntando o que poderia ser àquela caixa. Quando me surpreendí com mais um bilhete que caiu, tinha letra de criança e dizia assim: " Quero que as pessoas se amem mais, se perdooem mais, que elas se importem uns com os outros..."
Era uma espécie de caixa de pedidos, não uma caixa de sugestões, uma caixa de oração, algo de ordem prática, simplista e ao mesmo tempo requeria um certo critério no atendimento. Como Não eram endereçadas pra mim, me sentí no direito de julgá-las. Quando começei a ler uma carta triste sobre a morte de um filho e a solidão de nunca mais poder vê-lo, fui acordado com a caixa sendo transportada pra uma mesa onde eu caia entre a papelada, que revelava além de muitos bilhetes umas fotos 3x4, fotos de família, recortadas... Intenções explícitas.
Como acordei do sonho não sei qual a resolução dele.
Passei o dia intrigado com os flashs dele durante todo o meu dia.
Estar naquela caixa não me fazia deus nem gênio da lâmpada, porque não era capaz de realizar os desejos. Me sentí meio alcoviteiro. Eu sabia o que se passava, mas não podia ir até as pessoas. Ajudar, aconselhar... Me impressionei de verdade com o bilhete em letras infantis com o tema: " A indiferença". A indiferença tem lançado as pessoas a serem como são.
Como posso procurar um amor, um amigo, ser amado de forma explícita se não entendo como viver isso, e não ser primeiro pra depois colher?
O apelo ao Amor pra sempre é justificável, porém não acontece num pedido de oração. O que é o Amor???
Além das canções, além das poesias, além das canções bregas, ou lindas sobre o Amor, a resposta continua inesgotável. Porque não é fazer, é ser. Quem sou eu? Quem é você?
A minha resposta ou qualquer que seja dita entra no âmbito das experiências e numa abordagem pessoal e limitada. Ando acreditando que não sou exemplo pra ninguém, porque a vida não é uma receita a ser seguida e cada um deve achar o seu caminho.
Acredito num passo inicial a ser respondido em busca do Amor verdadeiro, em busca da felicidade tão almejada, e tão plástificada no mundo atual: O auto conhecimento.
Responder a mim mesmo quem sou, olhar pra minha história, pras heranças genéticas e históricas adquiridas, observar os arkétipos educacionais impostos, os medos, os traumas, as marcas na afetividade, tirar tudo isso, lipar tudo o que quero ser, o que acredito que pensam de mim, o que esperam de que eu faça e seja. O que restará? Restará eu mesmo, límpido, nu. Livre.
Esse caminho é um caminho de silêncio, de meditação, de fazer memórias afetivas e históricas. Leva-se dias, meses e até anos, mas é preciso ser feito.
Ontem conversava com um conhecido no msn. E fiquei extremamente comovido e inquieto com o andamento que o nosso mundo tem vivido. Ele contou-me que foi a uma sauna e fez sexo com quatro pessoas ao mesmo tempo e, me contou como se àquilo fosse me impressionar. Respondí: "Que nojo... Vc não é descartável. E não me diga que é somente sexo pelo sexo. Sexo envolve todo o nosso ser, as nossas emoções, vontades, anseios carências... Você está perdido amigo... Não se chateie comigo. Eu quero ajudar. Não é assim que você vai encontrar alguém que te ame. Você alarga seu vazio, de desejo de ser amado e compreeendido. Se quiser ajuda estarei aqui."
Acredito que ele não me entendeu porque a maioria dos gays vivem a mesma realidade que ele.
Tolice.
Imaturidade.
Ansiedade.
Definitivamente, Amar-se primeiro. Ser antes de fazer.
Só assim encontraremos o que queremos: Se de fato entendermos o que queremos.
Eu quero ser é feliz. Ter a paz na guerra. Morrer tentando ser eu mesmo.
domingo, 21 de junho de 2009
O eu ideal, o eu real, e o idealizado. Parte última.
Não quero perder minha liberdade. O meu eu real é livre, livre pra sentir...
Não acredito em prisões.
Acredito em autênticidade, acredito nos valores que trago.
Se vamos, vamos até o fim... Até o fundo.
Cansei de ser raso, cansei de ficar nas superfícies...
A liberdade é também me comprometer com a liberdade do outro;
Com suas riquezas.
Fiquei envolvido nessas minhas verdades. Feliz porque não posso negar a mim mesmo que planto meu futuro, mas não posso viver em função dele... E não quero viver no passado.
A vida se recicla.
Devo idealizar a verdade da minha busca, devo idealizar ser eu mesmo. Não pertencer e de fato não pertenço. E quem pertençe?
A muito custo abro mão das minhas posses, me despojo de todos os sentimentos que guardei em relação à minha própria história!
Estou disposto ao novo, sendo livre, sendo limpo. Pra magoar, e ser magoado...
Viver é isso...
quarta-feira, 17 de junho de 2009
O eu ideal, o eu real, e o idealizado. Parte 2
São muitas coisas pra contar de fato.
Indo direto ao assunto...
Pra ter uma noção clara de quem eu sou, de quem quero ser, necessito de um encontro como estou, pra entender onde quero chegar...
Eu fiz muitos planos pra mim, também tenho as minhas histórias trágicas, e tenho vivido numa expectativa pelo que vai chegar, porém confesso que ando olhando pra trás e desconfiado: " Será que magooei alguém pelo caminho?" Com certeza! magoar alguém implica o execicío de conviver, de experimentar, de também acreditar, de transcender os relacionamentos. Me fez crescer, me fez desejar acreditar, ter esperança.
Ontem me desafiei e resolví enfrentar meu medo. Posso ter feito tudo errado, mas não quero pensar nisso agora. Quero olhar mim, como estou. Estou com esperanças.
Uma única canção canta caladinha no meu silêncio: "A vida me fez assim: 'Eu caçador de mim'. Feliz por isso".
Ainda existe uma criança dentro de mim, agachada com medo.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
O eu ideal, o eu real, e o idealizado... Parte 1
Saber contar uma história já contada de forma nova é uma arte...
Principalmente porque temos muito da mesma coisa, é muito do mesmo formato... Roupas iguais, corpos numa mesma malhação, sorrisos branqueados, cabelos alisados, ou cacheados...
A perspectiva do novo sempre ligado a atingir o pseudo ‘senso comum’ é comum, todos querem no fundo ser parecisos com algo ou alguém... E o que eu não tenho eu desejo ter melhor ou maior que o outro...
O indivíduo se rotula e decide estar sempre ligado à motivação do que não tem...
A ansiedade, ou inveja, melhor dizendo.
É como àquela propaganda o carro, com um cara lindo, numa roupa maravilhosa, com um corpo escultural, cor o parceiro ‘perfeito’, enlouquecendo o telespectador que ferozmente trabalha para chegar perto... Na nossa sociedade fast-food é difícil desinstalar a consciência e as emoções desse formato, porque estamos encurralados por todos os lados a consumir a atingir metas, a superar, a correr atrás do prejuízo a conquistar um lugarzinho ao sol.
Eu preciso uma razão maior, uma que seja reconquistada diariamente. Uma que me envolva nos meus pensamentos, que me faça sorrir sozinho, chorar de saudades, olhar pro nada e encontrar beleza nos desconhecidos horizontes. Uma razão que transite além sexo, que esteja oculta os olhos, mas que faça o coração arder ao som da voz, que me faça desejar a eternidade. Escondida no tempo e no espaço, que não dê valor ao que se tem, mas ao que se é na essência. Com gosto de chocolate, com beijo lancinante e abraço acolhedor.
São muitos passos pra se dar até atingir essas metas ilusórias de Amor ou perfeição, que eu não acho perfeito.
A chave é essa! Ser eu mesmo... Aceito por mim mesmo, com tudo o que tenho e o que sou, disposto a suportar-me, a compreender os limites, atender as minhas necessidades básicas...
Como diz a canção: “ ..Eu quero uma casa no campo...”
Continua
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Inda indo...
Ainda vou... Vou indo.
Vou pelo meu caminho, com fé e nem sempre com ela.
Vou apelando à esperança.
Vou acreditando em mim, e desacreditando.
Vou esperando, sem estar desesperado.
Apenas indo.
Vou, gostaria de voltar.
O que já foi, foi.
Nada pode mudar.
Vou acreditando, vou enriquecendo.
Enriqueço meus conceitos.
Empobrecendo.
Empobrecendo de vida que se esvai...
Vou viver.
Não sei ainda.
Terei.
Porque não ter?
Que se ajuste aos meus medos, que se encontre no porão dos sonhos...
Que sorria das minhas tolices.
E que eu conquiste sem saber se sei.
Ainda indo.
Inda indo eu vou.
Tes espero alí na esquina...
domingo, 17 de maio de 2009
No alto da torre
Relativamente isso é verdade, quando o tempo se consolida em observar. Mesmo assim existe o perigo de deixar a vida passar e não vivê-la. Os olhos acostumados com a beleza não se permitem o perigo do frio da barriga, àquele friozinho de quem salta pro desconhecido... Então nunca saberá se é bom ou se é ruim sem saltar!
Se fosse sempre assim a torre da rapunzéu seria um lugar legal pra se viver!
A pobre coitada viveu lá nas alturas presa. Os cabeloas cresceram, não tinha com quem conviver e estava sempre atrelada às suas idéias, por isso se acostumou ao silêncio e a não precisar expressar seus sentimentos. Claro que toda estorinha que se preze tem os dois lados da moeda!
Rapunzéu não tinha problemas de ter que dividir espaço, discutir a relação, exigir explicações . Um dia um dia um carinha 'nem sei que lá' apareceu na sua vida e causou a desinstalação que conhecemos. E os cabelos tão longos, símbolo de beleza, prisão e liberdade foram decepados sem dó nem piedade, pra tristeza da mocinha.
Eu penso que é essa é a melhor parte da estorinha... O carinha de 'acolá' teve de arrumar um jeito pra encontrar Rapunzéu, sem cabelos, mas cheia de amores pra dar, os amores são sempre criativos... Arrumam un jeitinho pra expressarem, pra driblar as impossibilidades da vida, esperançosos que o Amor aconteça.
Àquele Amor vermelho que nem pimenta malagueta, porém não ardido, mas bem cheiroso como a pimenta de cheiro que sabe enganar muito bem quem não a conhece...
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Mensagem pra mim mesmo
Vivo me perguntando, o que pra mim é meu caminho.
E se esse caminho é a felicidade, ou se é buscar encontrar comigo mesmo.
Se esse encontro comigo mesmo me fará feliz...
Isto é um mistério.
Terei de viver.
Viver é uma desventura na maior parte do tempo.
Um vale de lágrimas.
Uma pressão.
Tenho que vencer na vida;
Conquistar meu espaço na sociedade;
Mesmo que o outro seja minha escada - fazem alguns, conceito não dito!
Tenho que ser talentoso;
Estar à par das novidades da moda, da estética, do mercado de trabalho...
Tenho que ter QI (Quem me indique).
Mesmo que seja através de um teste de sofá.
Tenho que me “com formar”, ou me confinar...
De forma contrária, posso ainda buscar viver o novo.
Enveredar o caminho da solidão.
Buscar a chama lânguida da esperança em mim.
Encontrar em mim mesmo a estima.
Andar nu como o vento.
Livre como os montes nevados, porém só.
Et sem nave espacial, peregrino.
Nu dos conceitos.
Livre das mentiras.
Cheio de expectativas.
Antes que ela morra.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
O primeiro Beijo, parte 2
domingo, 18 de janeiro de 2009
O primeiro beijo
Sempre fui um bom aluno, estudei a primeira parte do ensino fundamental numa escola pequena. Todos os coleguinhas se conheciam, a maioria eram colegas desde a eduação infantil. Terminar a quarta série foi um parto pra todos nós e a maioria iria estudar em grandes colégios, que ultrapassavam dois mil alunos.
Isso nos causava euforia e pânico. Na pré-adolescência ser aceito é tudo, eu queria ser aceito. Todos nós queríamos.
Da minha turminha dois foram pro mesmo colégio que eu.
...
Meu pai me enfeitou todo pra o primeiro dia de aula: Tênnis novo, relógio novo, a roupa toda novinha, cabelos cortados, perfume... Fui pronto pra o abate.
Tímido até não poder mais eu ficava observando àquele tanto de gente entrar no colégio. Nunca pensei que um lugar poderia reunir tanta gente diferente. Uns meninos mais velhos de brinco, outros com violão à punho, outros fortes batendo a bola e uns de molecada, mexendo com quem passava...
Entre tantas ví uma menina linda... Olhos claros, cor de mel, como os meus olhos. Cabelos compridos, na cintura. Tiara na cabeça, roupa azul-marinho. Rostinho redondo na franginha... Foi paixão à primeira vista.
Mas eu não esperava que fosse paixão a primeira vista de todos os meninos da minha sala!
Aí complicou a situação... Não podia competir com Gidel, meu coleguinha que veio da minha antiga escola... O Atleta, o popular. E eu o Cdf, de óculos e aparelho... Nerd total, carta fora do baralho...
Seu eu não era bonito tinha que ser inteligente e engraçado, esse era o meu trunfo. "Ser inteligente e engraçado", ser pelo menos agradável...
Ela entrou na sala, todos entramos em seguida como cahorrinhos atrás do cio. Ela escolheu um lugar atrás de mim! Tudo o que eu tinha pedido a Deus! Na cabeça dos meninos isso representava derrota... Eu estava totalmente fora do campo de visão...
Pra mim estava ótimo. Encontrei uma tática pra visualizá-la de forma natural: No reflexo do meu relógio. Iria captar momentos naturais, sorrisos, indagações, memorizar todos os momentos...
Tivemos aula de português naquele dia... A professora era péssima. Informal, doida. Passou o ano nos levando pra sala de leitura e nos mandando escrever resumo dos livros lidos...
Ela se inscreveu pra trabalhar na cantina da escola durante o recreio. Eu adorei a idéia. Podia ir comprar sonhos na mão dela todos os dias.
Ela nem me dava bola... Só se dirirgia para perguntar as dúvidas que tinha na aula de matemática, isso me fazia voar de êxtase...
Quase no fim do ano, depois de muito desprezo ela me convidou pra ajudá-la na cantina no fim da aula...
Continua
Caminhos contrários
Só quem já provou a dor
Quem sofreu, se amargurou
Viu a vida em tons reais
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
precisou saber recomeçar
Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota o motivo para lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer
Que o verso tem reverso
Que o direito tem avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E que o ódio é uma forma tão estranha de amar
Que o perto tem distâncias
E que esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema solução
E que o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando existe alguma luz.
Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar
Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar
Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer
sábado, 17 de janeiro de 2009
Liberdade
Vou respirar outra vez
O mais puro ar
Vou subir pra cantar
Nas montanhas ...
Vou mergulhar, descobrir
O pranto de prata, pintar,
Colorir as cascatas que
escorrem pra mim
Em sonhos chego ao mar
Em sonho enxergo além
Do que posso enxergar
Pedra que os escravos colocaram
No caminho vou pisar
Passarinhos me contaram
Posso ouvir o seu cantar
Contos de um fogão de lenha
De lindas tardes.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
O misto, as diferenças em mim.
Uma disputa desigual entre a minha razão, vontade e meu medo.
Ideologia e incertreza.
Não tenho certeza.
Os sentimentos sem nome se misturam.
Não é medo.
Nem dúvida.
Todos entalados na garganta.
Querem ...
...Querem sair e vencer as barreiras
Desabar dos olhos a cachoeira!
Não ter certeza é bom...
Aí buscar enveredar.
Ter o dom de ver as estradas, onde as trilhas nem foram pisadas.
Coragem pra encarar a verdade:
Tomar nas mãos a foice;
Vencer a preguiça.
Cobiçar o que não vejo e ir...