Enquanto houver sol haverá um sonho, uma história, uma esperança... Enquanto o céu refletir em mim sorrisos haverão canções e saudades... Enquanto houver sonhos haverão novos amigos... Nas esquinas da vida sempre um novo! E uma vida inteira pra decifrar... Eu sou do Sol! Sou da luz! E do dia...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Minha cor



Tenho cor de saudade...
Vivendo no tempo de sonhar.
Tenho desejo de correr...
De saber onde você está.


Tenho consistência de bolha de sabão...
Tão leve, me misturo a você
Assim como a bolha não resiste ao ar.

A história nova!


Em meio a enfermidade de meu pai parei pra pensar no sentido de vida, sentido de morte. Quero ser coerente com ambas as partes. De certo que a coerência se dá com a maturidade, com o lançar-se...


De fato, ser coerente com a vida, com o novo. Estar disposto a fazer novas amizades, a travar novas experiências, a tirar os olhos de mim mesmo. Mas me parece que a medida que o tempo vai passando eu vou me tornando preso aos meus conceitos, às boas histórias vividas e isto vai roubando e domesticando o novo. Eu não quero isso pra mim, conscientemente! Embora eu veja paralisações emocionais da minha parte por conta das negatividades que carrego. Eu quero viver de fato! Quero ser livre pra Amar... E isto me move a estar aqui!


Venho lutando a algum tempo com o tema liberdade na minha vida... Descobri na minha simplória experiência com quem sofre que o tempo esconde a eternidade, que a paciência tudo alcança e que o verdadeiro Amor, àquele que escolhemos pra viver, lança fora todo o temor... Salve, salve a Eleanor H. Poter, que marcou a minha adolescência... A brincadeira do contente.


Também quero ser coerente com a morte! Pode parecer repugnante a minha idéia, mas é irrigada de experiência de uma perda de uma querida pessoa, com a saudade, com a ausência, com a missão cumprida ou inconclusa, ligada a tomada de posse da própria história. Isso quer dizer que quero viver (E tenho vivido assim...) cada dia com a expectativa do fim, com tudo o que tenho e sou. Salve o Carpe Diem!


Morrer não me parece ser de fato ruim... Inspira a alegria libertadora da missão cumprida, pra mim que quero viver até a última gota... Verter com consciência cada emoção e cada nota musical. Livre dos preconceitos, da frustração de não ter errado... Eu quero errar, se isto me levar a ser mais livre de mim mesmo!




...




Depois da tarde maravilhosa e transcendente que tive acabei de crer que não existe vida sem romper com as barreiras do tempo e do espaço. Eu vi que a devoção de coração movida pelo desejo de Amar vale muito, e é raro viver assim.


A nossa história está apenas começando, mas foi capaz de quebrar grilhões enferrujados, inclusive o desejo de escrever e de me expressar, de me fazer conhecer pra você pelo menos na minha iletração barata. Foi capaz de me fazer romper com muito do que trago até aqui... E isto é positivo porque não foi por causa de, mas por consequência das minhas escolhas.


Esqueci de dizer... Enquanto estávamos naquele ponto de ônibus eu tive uma crise súbita de tristeza, então ouvi:


- Porque você está triste?


Respondi:


- Porque já é noite... Vamos voltar pra nossa vida...


- Então aproveite o dia de amanhã, e venha conhecer minha casa... (Carpe Diem?)


-Sério?


-Sim, nos encontramos umas 07:00 horas da manhã... Tenho folga durante a manhã. Durante a tarde eu trabalho e você me espera... Assim poderemos conversar melhor e nos conhecer.




...




Um sono inquieto me atormentou, felicidade e euforia... Nem as festinhas pra mim mesmo adiantaram. Um fim de férias cheio de "Speed", diria Papito.


Meu pai já não estava bem e eu tinha decidido ficar com ele no Hospital pela manhã... Minha irmã se prontificou a levá-lo pela manhã cedo, e disse: "Aproveita teu último dia de férias, painho vai ficar bem! " Carpe Diem?


Bom, aproveitando ou não deixei minhas coisas doidas em casa. Não desarrumei a bolsa de viagem. Combinei com meu primo que levaria minha bolsa na rodoviária no outro dia na às 12:00, assim mandaria Astrúbal de volta pra casa. Cheguei cedo, comprei minha passagem de volta ao trabalho, telefonei, e já estava a caminho.


Sentei sozinho em frente ao Beirute e tentei ler um livro que estou enrolando pra terminar a um mês... Então quase concentrado na terceira frase da página meu telefone toca e você já me procurava.


Vencendo o mau-humor da manhã:


-Bom dia! Dormiu bem? Me dizia com um abraço. Menti:


- Sim dormi bem e você?




...




Continua


Até a porta...


Quando se acende uma luz
na porta entreaberta
fica alí um rastro brilhante...
Que faz do quarto escuro janela pra se olhar.


Olhar o mundo pelas portas do quintal;
Passar da cerca como quem passa uma fronteira.
Ganhar a rua com o lhar de quem se perde.
Perder o rumo com o sabor de quem se ganha.


E quando a hora instiga o sol a descansar,
Só no contrário achar caminho pra voltar.
Cruzar a rua como quem se lança ao mar!

Lançar-se ao braço que no Amor sabe esperar...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Para Nai e Tato, parte 3


"Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me falta...


Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
você é mesmo
Tudo aquilo que me falta..."


Saibam que sou ligado em trilhas sonoras, enquanto entrávamos naquele pequeno restaurante tocava essa canção do Nando. Não sabia se era pra rir ou pra chorar - Eu minha velocidade de 300 km/h - , fiquei por causa da música... Por intuição. Acho que entendi o que era intuição naquela tarde. Eu e meu naturalismo, meus traumas, minhas saídas engraçadas, sorriso fácil.
Pus logo meu prato e engoli... Enquanto a criatura comia devagar, como se degustasse cada olhar, cada frase dita, cada momento, me fazia sorrir mais e desejar uma eternidade. O tempo começou a parar ali quando me desculpei por comer tão rápido e como resposta simplesmente disse: " Escolhi essa camiseta branca pra te ver,por intuição". A comida voltou pra garganta... De fato eu queria ficar à sós.

Não era ruim, o lugar não era lindo... Sinos não tocaram, não houveram gostos especiais , e, de fato não sei mais o que engoli. Meus olhos ficaram fixados na camiseta branca. Faltaram assuntos a serem conversados ali. No fim da sua degustação saímos rapidamente, mas antes perguntei a graçonete que usava uma lente de contato horrível onde ficava o banheiro... Mesmo sem porta entrei e todos os que estavam alí sabiam que eu estava fazendo xixi, mesmo estando de costas... Fui lavar minha mão no lavabo encardido e me surpreendi que ele tinha comprado o Tridente que eu tinha pedido com meu sabor preferido - de canela - e me disse mais uma vez que também escolheu por pura intuição... Quem derreteu fui eu, viu?

Dali fomos conduzidos pra um lugar onde o vento fala nossos nomes, onde alguém sempre está de braços abertos. E sentados sob a sombra, calor do sol e o olhar do mar. Nos adoramos durante um bom tempo... Não tínhamos palavras pra dizer um ao outro... E como sempre interrompi o momento com uma canção, já cantada por tantos amantes: " Se tu soubesses como sou tão Carinhoso..." O tempo parou de verdade... Nem sol, nem o mar, nem os olhares curiosos, ninguém podia interromper. Era nosso o lugar e momento, a paisagem, os sorrisos...

Falei de tantas coisas... Falei dos falsos amores, das decepções, dos medos... Falei do meu desejo... As palavras não cabiam mais, e nos perdemos no olhar um do outro, ficavámos assim entre indagações e canções, entre sorrisos e contemplações... Uma paz inexplicável, um desejo incontrolável, num lugar nada convencional, num mundo restrito ao Amor, aos sentimentos reais, ao desejo concreto de viver e se descobrir no outro.

O Sol já ia se por... Então disse que já estávamos fazendo parte do cartão postal e saiu pra comprar uma água de coco proporcional aos nossos tamanhos. Numa simplicidade sem explicação eu não sabia o que fazer! Tudo tão sensivelmente perfeito... Era pra abraçar? Era pra falar? Era pra fazer o que? Ambos queríamos muita coisa, mas não sabíamos que passo dar...

Pouco a pouco chegaram crianças perto de nós... O lixeiro veio catar os cocos, os fotógrafos chegaram para registrar o mais lindo por do sol que já vi (Tomou o lugar do pôr do Sol no Rio Amazonas).

E eu cantei: "Diz, quem é maior que o amor? Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora!Vem, vamos além. Vão dizer que a vida é passageira...Sem notar que a nossa estrela vai cair..."

O Sol foi se pondo, eu cheguei e conclusão que foi a melhor tarde vivida a muito...


...


Fomos procurar um banheiro, afinal muita água de coco... Na volta pra casa roubei um beijo anunciado... Deixando que no ponto de ônibus entre palavras e canções o relógio atrasasse outra vez... Astrúbal, cupido e cumplíce viu tudo. A camiseta branca... Ai ai.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Para Nai e Tato, parte 2.


Bom, deste texto em diante me despeço dos amores que não vivi. Peço perdão também, mas agora meu coração tem morada fixa...! Uma nova história começa aqui. Vou contar...

Acordei de manhã ansioso. Muita coisa aconteceu. No fim do dia eu tinha almoçado duas vezes...

...


Difícil demais pra chegar... Como se o mundo inteiro conspirasse contra e a favor...
Quando àquela porta de vidro se abriu me deparei com dois olhos castanhos, grandes. Eu nem acreditava no que via. Tremi (E acabou de me ligar agora... Meu coração disparou... Pode?!)


De supetão arranquei Astrúbal da capa e cantei coisas que não tive coragem de dizer. Ali todos os meus medos e dúvidas se dissiparam, se perderam na certeza do encontro com àqueles olhos, encontro conspirado pela vida... Porque demorou tanto? E fez exatamente como diz o texto sobre mudez... Me olhava.
E não percebeu que minha voz vacilava de suspense, mesmo assim permiti que muita gente testemunhasse àquele momento naquele corredor, nem intentavam o que se passava. Agora me lembrei do que me dizia um amigo: " Amar é a possibilidade de encontrar alguém e se identificar com não sei o que!". E isto aconteceu morando no mistério do encontro.

Ficamos alheios a tudo durante uns quarenta minutos, reparei num pedacinho da casquinha do sorvete no canto dos lábios - Nem quis comentar, fez parte do charme - , então a fome nos roubou, alí seria impossível ouvirmos a voz um do outro...




continua


terça-feira, 28 de outubro de 2008

Abraço Forte


Quando meu abraço acaba sem sentir o teu;
Sinto esse aperto dentro, forte no meu peito.
E quando essa parte minha sente essa saudade
É como querer, é só relembrar...



Sinto quando vejo o tempo que passou ao longe...
Sinto quando lembro o que restou daquele abraço:
Uma amizade acima de qualquer lugar;
Mais um verso, em prosa, consciência que me traz.


É bom relembrar do nosso lugar...



E quando o sol nascer aqui, eu sei...
Quero te ver mais, ver assim:
Quando tua voz pra mim cantar:
Abraço forte, amigo!

A senha


Sabe do Amor a Senha?
O segredo pra se viver?
Decifra pra mim o dom de Amar sem ter que precisar:
Do Silêncio.
Do Escuro.
Não há nada a fazer a não ser pra mudar um grito no ar...
Pra mostrar, Amor, a Senha...


No seu olhar: Pra descobrir!
No seu falar: Pra entender!
No seu tocar: A Senha!

Para Nai e Tato, parte 1.



Prelúdio - Antes do encontro...


Eu iria tentar ficar mudo durante uma semana pra processar as idéias como Papito disse, mas eu tenho tanta coisa para dizer, tanta, mas tanta. Tanta mesmo. Que se eu ficar em silêncio as possibilidades se multiplicam e dá no mesmo. Por isso vou começar com o que se passou dentro de mim antes daquela tarde de sol...

Definitivamente não sei o que está acontecendo comigo. Também desisti de entender. Hoje não estou agüentando o peso que é viver de verdade. Peso que pesa, mas passa. Parece que faz tanto tempo que vivo esta vida que não é minha, que me esqueci o que é verdade e o que é mentira dentro de mim. Prefiro optar por mentiras sinceras a verdades cortantes, essas sim, tão deliciosas.
Travesseiro quente me dá insônia. Parece que começa a esquentar meus pensamentos, minhas idéias, e, de noite, eu sempre preciso esfriar minha cabeça. A mim, já me bastam o corpo em febre e os desejos como fogo. E ontem fui dormir todo encolhido, agarrando ao meu travesseiro, fazendo festinha em mim mesmo até dormir.Estava dando voz às minhas culpas de estimação, tentando me despedir delas.

Tenho apertos incontroláveis no peito à vezes. Inexplicáveis e inconfundíveis. São sempre iguais.Agora estão mais freqüentes. Talvez eu fosse mais forte se entendesse a alma dos homens, a minha pelo menos. Eu queria não sentir nenhuma falta, nem física nem metafísica. Eu queria ser vento ou fortaleza. Se eu fosse um pouco mais seguro das coisas que eu não tenho, talvez eu vivesse mais feliz na felicidade que eu não conheço.

Estive sempre procurando algo e todas as vezes que eu achei que encontrei não demorou a ver que eu perdi. Quando isso acontece, espero que o tempo ou a correnteza traga de volta. Espero que o vento sopre a vela para o meu porto. Mas no meio do caminho fica um vendaval. Fica um buraco. Tem sempre uma pedra no meio do caminho. E o que você faz? Foge para Passárgada ou marcha? Marcha para onde? Marcha-ré. E nem adianta tentar abrir a porta que não mais existe. Nem ficar em silêncio, ou recorrer às estrelas cadentes. Quando será que eu vou descobrir que o mundo é de verdade?

Com o tempo a gente começa a descobrir por que é que algumas pessoas têm medo de algumas coisas. Eu tenho medo. Quando a gente descobre essas coisas, que mexem tanto, a gente também percebe que é tarde demais pra gente e que deveríamos ter saído antes daquele lugar onde, na verdade, nunca deveria ter entrado. Depois fica insuportável. Mas o pior é quando a pressão interna é maior que a externa.

Não é o tempo real. É o nosso tempo, nossa dimensão. A minha urgência de viver...e de repente o tempo escoooooo...ooorrre e as horas paaaaaassam... E sou relógio. E sou dia. E sou semana. Mês. Quantos anos mesmo? Agora entendo por que é que algumas pessoas insistem no fato de que mentir é diferente de omitir e lembra das próprias mentiras escorrendo como fel, amargo na garganta inteira, descendo até o estômago.

De repente a gente percebe que cresceu, e isso dói. Dói mais ser brinquedo quando a gente conhece e entende a brincadeira. A gente lê coisas que não queria ler. Vê coisas que preferiria esquecer. Faz coisas que não deveria fazer. Faz porque te dão idéias e descobre que você não vai muito além dali. E estar no meio é como estar em lugar nenhum, é como fazer parte das estatísticas. E nesse caso nada adianta de nada. De nada adianta ir a lugar nenhum se você vai e volta sozinho. Se ninguém vem com você. Solidão. O bacana desta vida, o bacana mesmo, são os encontros. Isso basta e justifica os meios. E para se encontrar, é preciso que haja amor. Ou se pega um carro e vai para a Barra, ou se pega um avião e vai para São Paulo, ou se pega um ônibus e vai para Porto Seguro, ou se pega um barco e vai para Ilha, ou se fica aqui, sentado, a ver navios...

Olha que incrível: Só agora me dei conta porque estou escrevendo. Todos os motivos para essa angústia e essa descrença disfarçadas de lágrimas conta-gotas é amor. Nestas últimas semanas eu perdi um pedaço de mim e, quem sabe, do meu coração. Eu caminhei com você para algum lugar. Caminhei, parando para sorrir, parando para chorar, parando simplesmente...Vivendo algo que não conhecia como amor, apenas brilhos dele...

Acho que não sei usar o Amor. Às vezes arranha feito farpa. Gosto de me arranhar. “Há em mim um estranho prazer em exibir minhas cicatrizes” Depois de alguns momentos, de alguns silêncios, meu coração não cabe entre os prédios, meu coração é maior do que o mundo e anda solto voando no ar. Amar alguém que eu não sei se conheço, que de todas as distâncias parece estar na maior delas, entre as montanhas e o mar. Entre a pele e o suspiro. Entre o afago e o tesão.

Sabe... Mesmo antes de existi, alguns beijos são tão intensos, algumas bocas são tão boas, alguns abraços são tão fortes, alguns toques são tão delicados, alguns cheiros são tão doces. Alguns momentos são tão únicos. Que voam como aviões (ou dentro deles). Acho mesmo um pecado que todas as pessoas do mundo não vivam tudo isso, mas eu também não recomendo os meus momentos. Por puro egoísmo.

Ali, na minha frente, está quem eu escolhi para amar, até que a morte nos separe - eu e meu desejo. E é nesta hora, quando eu descobrir isso e escolher viver, tudo tanto pode como não pode, tudo tanto é quanto não é, tudo é tanto sonho que não chega a ser vida real, tudo é tão longe que deixa de ser só vontade e passa a ser sentimento, meu, dentro de mim, seu dentro de você, nosso, dentro da alma do mundo. Tem coisas que de tão boas não cabem em mim. ...Hoje só quero no meu corpo o gosto simples de me sentir acordado, amado, desejado. Alheio às tormentas habituais e rotineiras e as lágrimas derramadas ao fim da sessão da tarde. Decidi que tenho coragem e que já estou casado de ninguém. Nem de amar ninguém.
...

E não é que a chuva chegou até aqui e molhou meus pés? E não é que minha janela ficou pequena demais? E não é que tem algo me apertando lá dentro? E não é que o mundo é imenso lá fora? E não é que de repente não tenho mais medo de avião? E não é que tem amor que não sai de mim? E não é que eu consigo dizer não? E não é que algumas coisas estão apenas começando? E não é que algumas cascas descascadas e futucadas já deixam a ferida exposta?
E não é que estou amando?


Ps: Depois conto o restante... haverão outros capítulos! Beijos...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


O tempo passa !
A vida tem pressa de ser vivida...

Sobre hoje, sobre tudo


Acho que nestas situações, em que não temos o controle, o medo cresce... o medo que ninguém consiga ver através dos meus olhos tudo que eu sinto e tudo que tenho a oferecer....Medo de que ninguém queira aceitar tudo o que eu sinto... "Sempre serás o sonho de ti mesmo. Vives tentando ser, papel rasgado de um intento" Queria que meu mundo morasse nos seus olhos. Sabe que deve ser muito bacana morar nos olhos de alguém? É sinal de que a gente não lhe sai da cabeça, pelo menos por poucos e eternos segundos. É sinal que a gente lhe enche o corpo e transborda pelos olhos. Pode-se ver os sorrisos nas pupilas. Pode-se ver um coração na íris. Pode se ver o quanto se gosta um do outro.

Sempre vou rápido demais, como rápido demais. Só queria dormir um pouco mais, aprender a fazer sexo em slowmotion, respirar, contando até dez. É porque não entendo... Não parece engraçado que no mundo, hoje, todo mundo esteja procurando a mesma coisa, mas ninguém consiga encontrar? Homem, mulher, héteros, gays. No fim, está todo mundo sempre sozinho, com medo de se entregar, com medo de se envolver, e com todo esse medo, cada um a sua maneira, afasta os relacionamentos, destrói as histórias recém-nascidas, minam as possibilidades. No final da noite, olhando pra lua, são todos sombras querendo entender: afinal, o que é preciso fazer pra se ter um amor de verdade?

E só então percebo.... Poemas e pecados. É disso que nos alimentamos no limbo da Terra. Do que sacia a vontade que a Igreja e a moral enterra. Pra gente como nós, todo verso é um grito, todo pecado, um rito. E a passagem é a busca da margem. Da outra margem do rio, que nos reserva o encontro com as portas do paraíso. Com os olhos acesos e gosto de licor de chocolate. De cheiro de uvas e sândalo. Do mel e do fel. Do ser e sentir....

Eu só queria propor um desafio. Você topa?

Tá. Imagina um sonho. Imaginou? Imagina ele lá longe, bem lá longe. Imaginou? Agora imagina ele se aproximando, cada vez mais e mais e mais. Imaginou? Agora feche os olhos e materialize o sonho. Nele tem um computador, uma mesa, uma sala, alguns livros, uma grande janela de vidro da qual se a orla de Porto Seguro. Imaginou? Por trás tem dois braços e nesses braços um abraço. Imaginou? Agora respira fundo. Um... Dois... Três... Conta até dez. Sentiu o cheiro de sabonete de glicerina que vem das mãos que lhe tampam os olhos e têm dois braços nos quais cabem meus abraços? Imagina agora dois corpos, que se completam muito além deles. Antes, depois e além do sexo e não por causa dele. Pelo sexo anarquista de Cléo e Daniel, ou pelo comunista e Rocco. Imaginou? Imagina agora que você abre os olhos e o sonho se transforma em outro sonho. Sonho dentro do sonho. Imagina um sonho bem real, tão real que dentro dele se vive. Imaginou? Neste sonho tem um avião. Um não, têm vários aviões, rumo a Itália, México, Argentina ou só Salvador, por aqui mesmo. Têm muitas pessoas. Tem um mundo inteiro. Mas nada importa além daquelas duas pessoas. Imagina essas duas pessoas, então, perdidas em cima de uma cama imensa, branca, cheia de almofadas e travesseiros e colchas e cheiros de incensos, duas solidões perdidas, alguns amores guardados, outros vividos outros não, quatro pés sem destino, duas cabeças cheias de tanta coisa que sai pela boca, pelos ouvidos, pelo nariz e pelos poros arrepiados. Ele, buscando guardar na memória novas formas de prazer. O outro, tentando viver um amor que se perdeu desde seus 12 anos, e guardou num relicário, junto com estrelas derretidas. Imaginou? Agora imagina o seguinte: no meio da solidão os dois se encontram, tateando no escuro. Descobrem, pela superfície das mãos, a textura da pele que já conheciam de outros mundos. Reconhecem as peças do quebra-cabeça nos dedos destendidos. Resolvem encaixá-las. O mundo dos adultos olha perplexo a descoberta infantil e diz: tente um de 1000 peças, esse parece muito fácil. E segue andando sem olhar para trás e desmerecendo o que vem à frente. Imaginou? Imagine agora uma chama de luz muito branca e quente e clara no meio da testa. Ela desce para o meio da barriga. Ela sobe para o alto da cabeça. Ela percorre toda a sua coluna. Ela pára na sola dos pés. Ela guia seu olhar. Imaginou? Tá, agora me diz: onde pararam seus olhos? Imaginou?

A noite você me conta. Ou quem sabe algum dia. Só sei que depois de tudo, só posso viver assim:

"E falta sempre uma coisa,um copo, uma brisa, uma frase,E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa."Fernando Pessoa


Tô chegando!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quem me dera

Adeus, meu bem
Eu não vou mais voltar
Se Deus quiser, vou mandar te buscar
De madrugada, quando o sol cair dend’água
Vou mandar te buscar

Ai, quem me dera
Voltar, quem me dera um dia
Meu Deus, não tenho alegria
Bahia no coração

Vou preparar o jantar,
a cama,
e ficar na janela esperando teus olhos me olharem,
e quando chegar, a lua vai brilhar em meu coração
pode esperar...
eu vou
vou mandar te buscar.

Co- autoria Maick Barreto

quarta-feira, 22 de outubro de 2008




"Deveriam não existir bancos, nem dinheiro, nem capitalismo, nem contas a pagar... " Dizem alguns...


Se de fato não existisse, não haveria internet, nem a possibilidade de estar mais perto pela vitralidade da comunicação on-line que tenho com você. No entando eu seria mais criativo, e te mandaria uma carta toda semana, e, mesmo com os clichês de uma carta de Amor sei que criaria uma expectativa na sua espera.


Um exemplo:


Oi!


Estou deitado na cama, olhando a foto que vou te enviar. Faz muito tempo que escreví uma carta à mão. Aliás, faz muito tempo que escreví qualquer carta. Enquanto vejo a tinta da caneta dançar pelo papel, desenahndo letras, vejo que esta é uma maneira concreta e verdadeira que posso me contar pra você.


Tenho te amado, na verdade saber amar é uma nobreza que ainda sou plebeu. Estar envolvido contigo tem me mostrado tanto de mim... Revela o quanto de amor guardado eu tinha dentro de mim. Sempre recorro aos poetas, quando não sei mais o que dizer. Nossa história está sendo construída... Passei muito tempo da minha vida cansado, sem fé... Hoje sinto uma clareza translúcida sobre este tempo. Com você me arrisco, gosto de me despir pra você. Abrir mão dos castelos que construí para me isolar da dor e do prazer.


Ainda guardo na pele seu toque, que me alimenta. Sinto que você sempre esteve de braços abertos pra me encontrar, lembro da órbita quente de nosso primeiro encontro. Você me contando seus planos, falando de fidelidade, e eu de picolé de limão... E toca nas minhas costas tão machucadas, e eu toco nos teus cabelos... Enquanto canto canções que só existem em vinis sou tomado de êxtase. Cada parte do seu corpo é quente, dá pra ouvir os corações queimarem. Toda luz do mundo ilumina teu sorriso, eu desejando morder teus lábios e fazer parte da sua vida...


Hoje olhando pra tua foto, decorando teus traços, minha mão dói por não escrever há muito. Mas hoje é vida nova. E quero viver pro hoje. A vida é nova e anda nua, vestida apenas com meu desejo, que é ter você.





terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ao passo das horas


Te esperei até meia noite, esperei algumas histórias que só você sabe me contar. Esperei mais uma novidade em canções... Isso nem importava muito.

Foram doze badaladas, a estória se tornou real e enquanto história o sono chegou lento e insistente e eu não gozei da presença cautelosa dos teus dedos. Peguei no sono, e virei abóbora...

Pela manhã me surpreendí! Haviam flores no meu jardim e o sapatinho de cristal estava depositado na soleira da minha porta, com um pequeno cartão de ursos pandas abraçados.

"Onde fostes e porque me deixastes com gemido?" Dizia o bilhete, conseguindo arrancar boas gargalhadas numa expectativa de que muitas festas estariam por vir... Que muitos bailes de dupla dançaríamos, ao som de "How can you mend a broken heart", e nos beijaríamos ouvindo "Linger" . Tive vontade de ter mil fadas madrinhas e receber de cada uma delas um sapatinho de cristal, na esperança de que em cada noite pudesse correr devidamente ao seu encontro...


Perto


Perto do pequeno rio,
Ao lado do meu quintal,
Perco minha noção de ir e vou...



Em tua direção, meu passo a apertar;
Deixo minha casa aqui e vou pra tua casa.



Pois lá é que me sinto bem, é nos teus braços que me vejo sendo teu,
Porém, já tenho que me acostumar sempre a te ver do outro lado da montanha...



Mas custe o tempo que custar, eu sei.
Custe o meu futuro e custará...



E bem do lado esquerdo,
Assim dentro do peito.
Essa montanha sei que posso atravessar...



Pra te encontrar...

Eu quero saber onde você mora.
Quero estar na sala.
Tomar água.
Conversar um pouco, sorrir pra você e me despedir.


Não se preoucupe, eu volto.


E quando voltar, me convide pra ir a cozinha, me mostre sua dispensa.
Não tenha pressa.
Faremos um risoto juntos, ou o que você queira me fazer de melhor.
Comeremos juntos com vinho seco, ou doce se preferir...

Me dispeço.


Não se preocupe, amanhã eu volto.


Chegarei de mochila.
Com um livro pra ler e uma toalha pra tomar banho.
Você nem se preoucupa, comemos no mesmo prato sem pôr a mesa, à frente da tv.
Deito no seu colo, você faz um cafuné na minha cabeça, me convida pra dormir...
Sorrio pra você enquanto me mostra teu quarto, abre as gavetas...
E eu tento tirar palavras que podem te contar.
Enquanto me dispeço sou supreendido pelo beijo que faz calar os medos.


...


Amanhece o dia.


Ouvimos uma canção que parece lusitana.
Uma de pescador, àquela que você me presenteou e que aprendí a amar...
Sem me despedir, tomo minha mochila e me vou.
A minha vida continua, ainda assim levo teus olhos nos meus.


Não tenha medo, eu volto.


Meu quarto parece estranho, já não me sinto parte.
Quero uma história com você.
Quero voltar pra tua vida, quero voltar pra nossa história.


E permaneço.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Contemplação 2

3 de Julho de 2007


Como olhar pra este céu e não esperar?
Além dos dogmas de fé eu sei, eu sei amar...
Encontar num sorriso minha escolha.
Como de uma criança pura;
Encontrei num palhaço mais que alegria a candura, e o desejo de ser feliz.
Dizem que o palhaço é um cara melancólico.
Que por trás dos sorrisos esconde perigos...
Eu não ví isso.
Ví o interior de uma casa, cheia de riquezas, sem certezas de que elas estão lá;
Ví sorrisos guardados, disfarces de lado de um picadeiro que nem sabe que está alí.
Mas dizem: "Ele é palhaço, e só sabe fazer rir!".
Eu digo que ele é mais do que aparenta, é belo e nem tenta sem mais do que dizem aqui.
Nos bastidores ele chora, eu quero abraçá-lo sem demora, dizer que estou aqui.
Descubro mais que sorrisos, sua história que acha sem brilho, e eu vejo um novo logo alí.
Como não olhar pro céu e sorrir, se o que vejo é sem fim?
Como não me alegrar com o palhaço se o que ele é de fato alguém que mora em mim...

Numa tarde de sol


Se for pra lembrar que eu me lembre de uma tarde de sol...
Pra poder megulhar no que que é teu.
No teu pensar.
Nas tuas águas que adquirem várias formas,
Que se adequam em qualquer recipiente...


Alí fico sozinho.
Com meu jeito de falar...
Não me sinto perdido, mas diferente e feliz em te buscar.


Um amor que me salvou, e que sempre me amará.
Me chama, eu vou. Não precisa de dor, nem penar.


Com cheiro de sol, iluminado pela lua eu vou.
Você disse que comigo estaria em casa todos os dias.
Que eu me lembre da tarde de sol....

Mudez







Existe uma forma de me deixar mudo...
De fazer as palavras cessarem.

Não diga o que quero ouvir.
Não seja senso comum.

Não me agrade...
Não me convença.


Faça sua presença necessária.

Olhe nos meus olhos.
Sem cheiros, sem sons...
Nas tuas mãos meus diamantes...

Cerrando as portas de bar

Eu não vou jurar que por você correria na Lâmina;
Mas num preferido boteco.
Adoraria tomar na sexta - feira algumas cervejas e celebrar:
Contemplar teu riso.
Desejar teu corpo... Te devorar a cada gole.
Te devorar.
Te devorar a cada gole...
E te devorar.

Vamos enganar a solidão?
Escutar Cartola em repetidos brindes ao passar das horas até cerrar as portas...
Escutando Cartola, em repetidos brindes...

Uma graçinha vã...
Mais uma noite sozinho...
Mesmo que amanhã tenha qualquer companhia...
Com qualquer afago, abraço ou gozo fugás, ainda assim estaria só...

Vamos enganar a solidão?
Até cerrar as portas do bar...

Sinestesia entre paredes


A boca que beija, impulsiona a mão que toca;
impressiona os olhos que vêem.
Inflama a libido que grita...
Acorrenta o sangue que corre.


Impulsiona as emoções que giram.
Infla o membro que cresce...
A língua que percorre gera o arrepio que candeia...
Forja a mão que segura ;
Empurra a vontade que liberta o corpo preso à roupa.


O encontro íntimo acontece...
O corpo responde, o suor aquece e é o álibe que lubrifica a imaginação...


Voz de menino


Onde está a voz e o menino?
Onde vai a luz da verdade?
Onde foi parar o destino...?
Onde foi parar?


Foi pras bandas do nevoeiro;
Foi perdendo o jeito façeiro...
Foi ganhando as rugas do tempo.
Onde foi parar?


Vai menino!
Conta teus sonhos pra mim...
Meu menino, pode dormir, eu serei:
Teu aconchego;
Teu porto;
Teu companheiro, teu mastro...
Teu rumo na escuridão...
Àquela estrela ao alcance da mão...

sábado, 18 de outubro de 2008

Dor de dor, de Amor acho que a dor de Amor não doí.
Na sequela da dor o primor de ser eu, de ter em mim no Amor uma dor...
De ser amigo, de ver no umbimgo, um universo que não é só meu.
De sorriso, do nu o arrepio, do gozo a presença sem vazio, de um corpo que também é meu...

Segredos




Meus segredos estão na minha poesia.


Minha poesia, minha maestria.


Palavras que quero dizer...


Formas a não se ver ...


Minha melodia, meu canto.


Num canto um contraponto.


Na pausa um arpejo.


No tempo uma escala de contratempos.




Meu Amor está aqui.


Quando tento explicar o que está em mim;


vem palavras que existem em vocabulários,


que não expressam a veracidade das expreiências...




Me encontro comigo mesmo pra lhe dar sinais.


De que quero e quero sempre.


De que quero entre quatro paredes...


Entre os filetes de nós...


Entre o sangue que restou...


Decifre os meus sinais...


Veja nas entrelinhas da deusa poesia a minha maestria...

Trocando moedas


Unindo a minha boa disposição.
A minha pobreza de opinião...
Decidí ser canção.
Como juntar as moedas e pagar o pão.

Como juntar os trocados para a lotação.
Quero ser essencial
Sair da margem ,não ser marginal de mim...

Quero cantar as verdades que há em mim.
E como nos contos do irmãos grimm,
Eu quero trocar moedas para ter o que há de melhor pra mim...

Quero fluir além dos interesses do senso comum.
Não quero ouvir opiniões de qualquer um...
Sem mais bem que o mal que há em mim...

Saber que o mal não é meu fim...
Eu sei, há Amor em mim.
Na troca das moedas o melhor.
Se possível, sem ser sempre, sempre assim.

De todas as coisas



Desisto.

Se em tudo o que eu viver não existir paixão.

Desisto.

Sem você só existe em mim solidão.

Desisto.

Se você desistir, eu desisto.

Acordo.

Entendo.

Descordo.

Espero.

Entre o tempo e a distância.

Assim sou.

Assim estou.

Entre eu e você.

Que a distância não vença...

Que o orgulho não derrote.

Que eu não tenha medo...Que eu encare.

Desafio de ser .

Ser seu.

Ser eu em você!

Te amar, sem esquecer

Que existe entre tantas coisas um mundo,mas eu construo outro pra mim e pra você!

Espera

Encontro em mim mil palavras.
Encontro ira.
Sarcasmo.
E nada pode traduzir o sabor e o labor de uma espera.
Irrito-me...
Inquieto-me...
Me canso.
Nada supera a ansiedade de minha espera.
Tudo poderia ser simples.
Poderia mover o mundo?
Não.Posso construir um mundo só meu.
Tenho as minhas verdades...
Não posso detê-las.
Não posso impô-las.
Posso ser eu assim.
Uma incógnita.
Uma dúvida, uma dívida.
Uma vida em mim, em mil, enfim.
se compara a espera de ser eu.
Não posso fugir, nem gritar.
posso ser, mais que um grito.
Ser a diferença e ter esperança.

Emoções lineares

Sempre os mesmos sentimentos, sempre sinto saudade.
Sempre de você.
Sempre acredito na sua voz, e, o que me diz se torna uma espécie de fé.
Tudo em mim em relação a você é coeso, tem sentido, é firmado, tem essência.
Minha essência é efêmera, inconstante, mas tenho certeza do que quero.
Quero você e te ter sempre.
Quero os teus sorrisos, suas dúvidas, medos e fascinasções.
Fazer parte dos teus sonhos, guardar teus segredos, tirar os medos e ir além do que já passou.
Quero refazer nossa história, fazer memória dor - amor.
Quero ser bandido, ou indío ferido, das estorias de ninar.
Conta, contas as estrelas,Manda a foto dos teus olhos, das tuas mãos, da tua folha.
Nosso mundo, meu, seu, mundo, uma bolha, sensível pode estourar.
Que é real, é o que sinto.
De peito aberto, não minto e quero mais que te amar.
Ser uma fronteira, ser uma fogueira
Dar limites, aquecer as trncheiras das diferenças que gritam entre nós.
Sou seu ombro, um braço nos tombos, que a vida vem nos oferecer...
Sou seu curativos.
Das chagas mais que um palitiativo, mão que acalma pra aquecer...
Sou paixão, sou rio, sou trovão.
Sou quem corre e destroi o que nos impede de crescer...
Amar dói.

Duo – um conflito.


Estou encurralado
Felizmente sufocado. Imensamente amado...
Safado, mas intensamente insatisfeito.
Entre dois... Eu e meu Amor...

O meu Amor é único.
Mas meu desejo é dúbio...

O meu desejo dói,
O meu Amor constrói uma vida inteira pra mim...

O meu desejo lacera, late feito um cão, vem como furacão de pavor me alucina.
O meu Amor é doce, puro como mel, de tão doce é fel e me deixa em grilhões...

Meu desejo busca a aventura!
Meu Amor é ventura e tinge de branco o que dor já verteu.

O meu desejo é faceiro, louco e treiteiro, como cobra me açoita...
Meu Amor é terno, quando esquenta é um esmero, mas tem expectativas e de mim espera.

Meu desejo é criativo, planeja, dá arrepios, mas é tenso e cheio de frustrações.
Meu Amor é pra sempre, tudo suporta e não mente, perdoa o mal que minha mão semeou.
Meu desejo é radical, corta da raiz o mal, não espera. A fila anda, a saber...

permanência...


Voz de travesseiro.

Estou só.
E o mundo conspira contra mim.
Eu e minhas indecisões.
Eu e minhas mediocridades.

Sinto saudade, da companhia amistosa, do seu sorriso largo...
Tenho somente uma canção melancólica pra ouvir...
Sem sorrisos, sem calor.

Alimento-me das lembranças que o tempo leva,
Dos sonhos que tenho com você,
Já não consigo sentir teu cheiro,
Nem visualizar teus braços em volta do meu corpo entregue.

Quero voltar pra nossa casa, pro nosso mundo.
Quero deixar um bilhete de despedida pro mundo que estive até hoje.
Quero adiantar as horas, os dias, pra te encontrar.
Deixar as palavras;
Deixar de ser uma nuvem.

Firmar meus pés no solo de nossa vontade.
Contar mentiras pra os que querem me encontrar e te encantar...
Cantar meu Amor por você.
Antes que o dia amanheça, que você se canse e volte pra tua vida.
Antes que o tempo e a verdade nos tragam de volta pra nossa vida;
Pros meus dias...
Sem as suas ansiedades...
Sem tuas indagações...
Sem seu existencialismo que me embriaga.

Um silêncio, um segredo...


26/03/07 - 13:13

Tive medo,
Medo dos teus olhos,
Medo de me impregnar do teu cheiro,
Medo de que não ame, quem sou...
Tenho medo.

Tenho medo
De não ser quem você espera...

Tive medo e fugi...
Tive medo e me escondi.

Como Adão,
Que não conhecia o coração de quem o criou...

Como Adão com medo da maldição.
Tenho medo...

Mas não dormi... (é verdade!).
Com uma dor no peito (imensa dor).
Não dormi (Atordoado, minuto a minuto pela culpa)...
Como quem perdeu o direito não dormi...
E sonhei com sua voz...

E de manhã ouvi sua canção.
Um tal de origem árabe;
Que suscitou o milagre, de saber que em mim está você!
E sabia que por mim estava a esperar.
E a dor a escancarar que por medo eu não quis estar lá,
Para ouvir no teu peito um som a bater.

E de arrependimento chorou meu coração...
Sei que dor de Amor não é em vão;
E é Amor, se saudades tem.

E de tristeza desesperado fiquei...
“Ainda tenho chance?”.
Perguntei pra mim...
Em verso meu medo assim não tenha tornado isto um fim.

Tentativas...

Eu tento...
Acredite.
Tento todos os dias...
Com raiva de mim por conta.
Angustia eu sou.
Seus olhos me vigiam sem me ver...
Sua raiva me comprime, sem que eu possa testemunhar sua ira...
Seu coração e o meu fervem.
Nosso Amor é impossível.

Sinto-me injustiçado.
Queria não amar seus olhos, nem seus sorrisos.
Desejo seu mau-humor.
Sua companhia duvidosa.

Meus braços perseguem seu corpo.
Meu nariz imagina seu cheiro depois do banho.
Meu olhar procura àquele espelho que refletiu o nu da alma.

Desejo e decido, até tento me compensar.
Mas sou traído pela minha razão.
Quero amar seus nãos, quero por inteiro.

Encontrei você!


Eu encontrei você.
Numa esquina em mim...
Encontrei teu sarcasmo e confundi com um sorriso.

Encontrei uma Ventura.
Na curva das tuas coxas;
Com o calor das tuas mãos;
Com estalo na batida;
No soar do coração!

Escondi teu cheiro
No colo dos meus sonhos
Ns discrepância que existe entre nós
Como pólos opostos, sou atraído pela lascívia entre teus lábios.

Sou enganado pelo seu medo.
Mas eu assim mesmo gostei, mesmo não querendo amar.
Lancei-me entre o cheiro de poeira do teu rosto;
E tua língua entre meus dentes...
Sorrisos de tudo isso.
Com saudade, não ausente.

E achei graça da saudade
E imito a comédia em seus efeitos
A saudade me fez rir, ao invés de chorar. Imitei-te no sarcasmo da tragicomédia
Saudades do que você me disse
Saudades de sermos sem futuro...
E ela, a saudade fica ali no seu lugar...

O jardim da casa de Silvia




10/09/....
03h 47mim.

E todo dia falta o mesmo para o nunca...
tocar tua nuca em molhado beijo.
Sinto o tempo seguir, não cansa
como quem escapa de um desafio.
É o espaço que abraça o vazio.
A luz elétrica não sabe a frieza que irradia,
nem toda a alegria que me permite ver
a cor da tua voz chamar meu nome
Ao pé do ouvido
Num tom doce e um pouco amargo
Amarelo-queimado
E todo instante falta o mesmo para o nada...
O sabonete não sabe o cheiro que exala
Nem o peito cala o gemido de desejo
De ver teu jeito blasse no palco que ama
e teu jeito na cama
Como uma cena de Almodóvar
Improvisada
E toda hora falta o mesmo para o nunca...
O trema não sabe da língua sua falta.
Nua, bela e alta
Minha mão quer segurar a tua
passear lado a lado pela rua
Ver um filme na sessão da tarde
Se estou aqui o que você tanto olha
Nesse céu sem Sol e sem Lua
Lá fora ta tudo cinza:
O jardim sem flor da casa de Silvia

É o presente que não vai chegar
É o ato de modo algum conjugado
É a certeza da dúvida
O sonho não realizado
É o peso nunca
Mas ainda há
tempo de fazer brotar...
flor no jardim da casa de Silvia

São







Minhas histórias estão aqui.
Quero ser novo
Quero ser menino mais uma vez.
Pelo menos na intenção.

Quero contar as estrelas...
Além dos anos-luz
E deixar as verrugas apontarem nas pontas dos dedos.

Escrever no ar...
Cantar bem alto,
Desafinar.

Saborear as experiências...
Ir onde acaba o meu braço,
Estar onde começa o teu

Além do meu lugar e das medidas do tempo e de espaço.
Não conter minhas lágrimas.
Chorar os choros esquecidos
E os risos queridos
No tempo do meu agora e do meu hoje, sem contar o que passou.

Ser feliz sem satisfazer as minhas expectativas
Sem conter a dor das feridas

Viver o hoje sempre e agora.

Ter um amor platônico.



Certa vez me surpreendi comigo mesmo, pensei: “Eu quero ter um amor pra vida inteira”. E tenho pelo menos alguém que se candidate. Isso sei que tenho. Fico até alegre, feliz por isso.
Mas sou consumido pelas lembranças dos amores que tive... Como seria minha vida se eu tivesse feito outra escolha? Talvez não estaria aqui relatando as minhas saudades! Isso quer dizer que não amo quem se candidata atualmente? Amo sim e como...! O que sei é que quero a vida inteira para descobrir... Quero desbravar o interior desse relacionamento. Ele me faz feliz. Sinto-me seguro. Sabendo eu da alegria...

De fato quero contar os pormenores de um antigo amor, contar pra mim mesmo. Hoje senti saudade, muita. Não uma saudade física, mas uma saudade dos efeitos emocionais e históricos que me causou. O fim desse repente me deixou um amor platônico pelo menino que morava em mim e um profundo sentimento de que algo se rompeu.
Hoje de manhã estive Pensando em Deus - essa invisível existência. Estar na companhia me surpreendeu, a solidão me inquietou, mas entendi a necessidade de ficar a sós . Sou amado. O que quero dizer com isso na verdade é que sinto a mesma singularidade, não da mesma forma. Sinto saudades desse amor platônico de uma forma parecida como sinto desse Amor, só que o Amor de solidão é mais intenso e revelador de mim mesmo em plenitude. Hoje sei que toda a realidade de crença é ligada à experiência com minha humanidade. Que enfrentarei de arriscar-me por toda uma vida.

Voltando ao assunto, lembrei da órbita quente que nos unia, da vontade de vir pra janela, pra trocar alguns verbos... Dos conflitos por causa do vitral, das palavras mal entendidas, dos sorrisos, dos relatos, das expectativas, dos sonhos que sabíamos que não se realizariam, dos beijos diante do espelho, das cartas que escrevemos ambos, dos bilhetes, dos cartões postais e palhaçadas... Palhaçadas com nome de tempos modernos - me entendam bem. Do cheiro do mar, do nosso primeiro beijo, dos sorrisos, das piadas da eterna novidade que éramos um pro outro.

Tudo isso, o universo paralelo, hoje é uma lembrança densa e distante.
“Não me arrependo do fim, mas me arrependo de não ter amado mais, de não ter te marcado mais na alma”, eu diria. Quando o fim aconteceu um pedaço de mim se foi, um pedaço que estava escondido nas minhas certezas, uma parte de um tempo que não passa. A criança que morava na alma e que ainda povoava meus sonhos. Diante desse fato constato o meu crescimento, o que tenho hoje, o meu amor de hoje é um amor com cheiro de maturidade.
Hoje sou mais homem. Sei das conseqüências que o verdadeiro amor, àquele da vida inteira, pode trazer. Eu quero esse amor, alimentado pelas poesias, porém firmado nas certezas de um chão abaixo dos pés, num caminho de pedras, declives...
E dizer ao amor que foi: “Quero agora te desejar toda felicidade do mundo, uma vida fecunda. Não feita de lembranças, mas de alguém que caminhe de mãos dadas e que queira ir longe...”.
Tenho alma de Charlie Brown sim, mas hoje não desisto de falar, nem me distraio com o que penso. Não durmo cheio de fantasias, nem sofro por antecipação.
Na sou melhor por entrar nesse estágio da vida, só continuo crescendo.

Bons amigos


Gostaria de aqui registrar o meu saudosismo. Saudades de um amigo, mais que um amigo, um irmão íntimo... Perdoem-me meus amigos outros, não se sintam ofendidos por não terem sido vocês os eleitos da minha pobre, mas sincera iletração. Moram sim na minha memória e minha gratidão, porém quero citar esse amigo, que ao ler esse texto saberá que é dele quem estou falando, sem mesmo citar o seu nome.
Foi o único, na minha história de vida - até hoje - que conseguiu ler meus olhos e meu coração, que me surpreendeu com verdades, que fez o menino que morava em mim, num parto se tornar um homem, embora ele não tenha certeza de ter causado este efeito.
Embora eu tivesse me sentido um sonhador o tempo inteiro enquanto tínhamos uma convivência diária - que hoje não é possível, por várias circunstâncias - vi, que foi ele que me ensinou de fato a sonhar, a saber, ser amigo como se deve, ser um “pacote inteiro” o que ele me dizia.
Aprendi com ele a valorizar os pequenos momentos, as partilhas de chocolate, os sorrisos por bobagens, a nunca estar satisfeito com nada, a ser humano, menos conformado, se assim posso dizer.
Tenho saudades de não dizer nada e ser indagado sobre o tinha pensado.
Tenho saudades.
Quero aqui registrar o meu muito obrigado, embora, tendo sido um amigo rico de sensibilidade, odeia que eu o agradeça. Aqui fica meu agradecimento anônimo.
Mudando de assunto, fiquei com raiva do Mário quando vi o título do Cd dele – Feito de escolhas – Fiquei com raiva mesmo. Porque pautei a minha vida nesta frase há muito tempo. Senti-me lesado, era a minha frase. Mas depois que ouvi o cd, ruminado as canções, pude concordar com ele.
Escolher é também ser escolhido. Escolhi esse amigo. Embora hoje nossa amizade tenha atingido outro âmbito, eu acredito nisto...Ele também me escolheu para habitar na sua história com minhas marcas, com meus sorrisos, imaturidades e reconstruções.
Guardo em mim as bases desta nova construção que tenho sido, e que ele, na sua singeleza e simplicidade cumpriu um grande papel: de ser ele mesmo pra mim. E isto basta...

Meus olhos sorriem, sem graça, sorriem.
Fico feliz com sua alegria, desastroso com minha ansiedade.
Engraçado...
Estou com com medo!


Perdí o sono ontem...
Relí meus mensamentos, e, nas asas do vento dos turbilhões das palavras e dos fatos encontrei.
Encontrei.
Encontrei.
Encontro.


Em estado líquido, solido e gasoso.
Em verso, em canção.
A metáfora da minha emoção pra traduzí-la aqui.
Prefiro fugir a assumí-la.

Será possivel ter dois sentimentos distintos?
Eu tenho.E aceito a minha condição de extra-terreno.


Quero o longe.
Seria fácil...
O ditado está certo de certa forma: "O que os olhos não vêem..."
O tempo não curaria, mas com certeza eu estaria mais à vontade com os fatos.


Quero de perto.
É mais difícil...
Driblar os olhos que me observam.
Mas alí está você: Com seu gosto;
Com seu cheiro:Sua meninice;
Imaturidade;
Pressa adolescente...


Me deixam comovido, arrastado.
Nada é o tudo sem você.




O silêncio irrompe, cria feridas em mim.
Me causam revolta.
Ferem minh'alma...
Meu corpo fraco recebe as chagas...
Do meu interior ferido, vassalado.

Meus milagres...


Tenho dom de ver o futuro, posso ver onde vou chegar.
Posso ir ou não, chegar ou ficar onde estou.
Posso entre os meus sorrisos encontrar novas motivações;
Também posso entre os gritos fazer calar as vozes interiores...
Prefiro viver o desafio das topadas...

Quero os joelhos esfolados.
Quero quedas esfarrapadas, aí a chance de errar e aprender.
Quero viver.

Não quero iludir-me.
Prefiro a segurança das quedas certas;
Que viver a paralizações de um Amor que já sei.

Quero o novo...
Quero um concreto.
Quero projetos, quero ver e fazer do meu futuro o dom de ver estradas,
Onde vêem um fim.

Vendo nas estradas um lugar onde vou chegar.
Por minhas pernas vou estar lá...

Contemplação 1


Ah, se pudessem ouvir o que diz meu coração.

Não quero pensar no passado que perdi, que vivi...

Que se dissipem as ilusões...

Ah, se sentissem o que senti.

Se vissem o que eu vi.Diriam que não à solidão.

Tudo tão frágil, e bonito.Uma ânfora de cristal.

Na boca o gosto de sal;na pele uma textura nova.

Eu diria que é novo, eu faria tudo de novo, não tenho medo de sofrer.

Eu repetiria sem rimas as doses, me embriagaria desse vinho num só gole.

Eu faria tua a vida valer.

Eu vi.

Vi o palhaço, seu companheiro Chaplin.

Que em silêncio fazer sorrir ainda sabe, ele que escondido viu o que disse acontecer.


Ah, se pudessem ouvir o grito interior;

Se pudessem sentir o calor das tuas mãos em mim a tremer.

Ah, quem soubesse, não sabe;

Ah, que esse amor não acabe.

Quero ver mais do que disse o poeta.

Mais que eterno, que dure sem pressa.


Ah, esse palhaço, brincando de ser feliz...

Ah, esse palhaço com medo do vem por aí..

Ah, esse palhaço mudo diante do meu sorriso.

Ah, esse palhaço tiritava, sem estar com frio...

Cara de palhaço, sem pinta de palhaço.


Eu te vi, vejo, contemplo em mim a marca.

em mim as chagas de quem quer por mim marcas.

Textos antigos




Alusões.

Sonho acordado com você.
Saiba disso.
Nunca amei alguém como te amo.

Não sei se você sabe amar...
Também sou aprendiz, se quer saber.

Queria ouvir você dizer que não sabe viver se não for comigo.
Você poderia implorar.

Pra ser sincero, seu sorriso me bastaria por agora.
Eu deixaria tudo.
Sem olhar pra trás...
Essas linhas podiam ser públicas.
Todos podiam ler essa mediocridade.

Pra você eu seria palhaço...
Se você não tiver medo.
Eu também te daria uma idéia de fantasia.

Devo cair na real.
Somos uma lembrança perdida no tempo e no espaço...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Textos antigos









Domingo de manhã, acordei pensando em você...
Tão distante, e tão perto de mim.
Cambaleei até o o banheiro.
Escovei os dentes,
Mas de fato queria te acordar com o bafo.
Não quis comer...
A cama ainda me chamava, e eu pensava.
Dormi com meus sentidos atentos,
Como parabólica, tentando catar as ondas;
Ondas que de longe vêem de você.

Quem sou eu

Minha foto
Sou o que sou, com algumas perguntas e indagações!