10/09/....
03h 47mim.
E todo dia falta o mesmo para o nunca...
tocar tua nuca em molhado beijo.
Sinto o tempo seguir, não cansa
como quem escapa de um desafio.
É o espaço que abraça o vazio.
A luz elétrica não sabe a frieza que irradia,
nem toda a alegria que me permite ver
a cor da tua voz chamar meu nome
Ao pé do ouvido
Num tom doce e um pouco amargo
Amarelo-queimado
E todo instante falta o mesmo para o nada...
O sabonete não sabe o cheiro que exala
Nem o peito cala o gemido de desejo
De ver teu jeito blasse no palco que ama
e teu jeito na cama
Como uma cena de Almodóvar
Improvisada
E toda hora falta o mesmo para o nunca...
O trema não sabe da língua sua falta.
Nua, bela e alta
Minha mão quer segurar a tua
passear lado a lado pela rua
Ver um filme na sessão da tarde
Se estou aqui o que você tanto olha
Nesse céu sem Sol e sem Lua
Lá fora ta tudo cinza:
O jardim sem flor da casa de Silvia
É o presente que não vai chegar
É o ato de modo algum conjugado
É a certeza da dúvida
O sonho não realizado
É o peso nunca
Mas ainda há
tempo de fazer brotar...
flor no jardim da casa de Silvia
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