Enquanto houver sol haverá um sonho, uma história, uma esperança... Enquanto o céu refletir em mim sorrisos haverão canções e saudades... Enquanto houver sonhos haverão novos amigos... Nas esquinas da vida sempre um novo! E uma vida inteira pra decifrar... Eu sou do Sol! Sou da luz! E do dia...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O que se escreverá?


Abracadabra!
O que há dentro da cartola?
Cola? Carola?
O futuro eu não sei dizer...
Minha vida só um instante.
Será que terminarei o calendário?
Emplacarei o dez de dois mil...
Não tenho resposta...
Minha vida é uma hora passageira!
Como um dia que escapa entre minhas mãos...
Tá eu sei.
Se eu pensar no amanhã terei medo das inconstâncias.
E o que tenho?
Hoje!
Bem sabes meu Deus...
Pra amar como o mar, só tenho hoje.
Escrevo, amanhã não sei...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Mil coisas a dizer, quem tem olhos, leia...

Eu tenho tanta coisa para dizer, tanta, mas tanta. Tanta mesmo. Que se eu ficar em silêncio as possibilidades se multiplicam e dá no mesmo.

Definitivamente não sei o que está acontecendo comigo. Também desisti de entender. Hoje não estou agüentando o peso que é viver de verdade. Peso que pesa, mas passa. Parece que faz tanto tempo que vivo esta vida que não é minha, que me esqueci o que é verdade e o que é mentira dentro de mim. Prefiro optar por mentiras sinceras a verdades cortantes, essas sim, tão deliciosas.

Travesseiro quente me dá insônia. Parece que começa a esquentar meus pensamentos, minhas idéias, e, de noite, eu sempre preciso esfriar minha cabeça. A mim, já me bastam o corpo em febre e os desejos como fogo. E ontem fui dormir todo encolhido, agarrando ao meu travesseiro, fazendo festinha em mim mesmo até dormir.Estava dando voz às minhas culpas de estimação, tentando me despedir delas.

Tenho apertos incontroláveis no peito à vezes. Inexplicáveis e inconfundíveis. São sempre iguais.Agora estão mais freqüentes. Talvez eu fosse mais forte se entendesse a alma dos homens, a minha pelo menos. Eu queria não sentir nenhuma falta, nem física nem metafísica. Eu queria ser vento ou fortaleza. Se eu fosse um pouco mais seguro das coisas que eu não tenho, talvez eu vivesse mais feliz na felicidade que eu não conheço.

Estive sempre procurando algo e todas as vezes que eu achei que encontrei não demorou a ver que eu perdi. Quando isso acontece, espero que o tempo ou a correnteza traga de volta. Espero que o vento sopre a vela para o meu porto. Mas no meio do caminho fica um vendaval. Fica um buraco. Tem sempre uma pedra no meio do caminho. E o que você faz? Foge para Passárgada ou marcha? Marcha para onde? Marcha-ré. E nem adianta tentar abrir a porta que não mais existe. Nem ficar em silêncio, ou recorrer às estrelas cadentes. Quando será que eu vou descobrir que o mundo é de verdade?

Com o tempo a gente começa a descobrir por que é que algumas pessoas têm medo de algumas coisas. Eu tenho medo. Quando a gente descobre essas coisas, que mexem tanto, a gente também percebe que é tarde demais pra gente e que deveríamos ter saído antes daquele lugar onde, na verdade, nunca deveria ter entrado. Depois fica insuportável. Mas o pior é quando a pressão interna é maior que a externa.

Não é o tempo real. É o nosso tempo, nossa dimensão. A minha urgência de viver...e de repente o tempo escoooooo...ooorrre e as horas paaaaaassam... E sou relógio. E sou dia. E sou semana. Mês. Quantos anos mesmo? Agora entendo por que é que algumas pessoas insistem no fato de que mentir é diferente de omitir e lembra das próprias mentiras escorrendo como fel, amargo na garganta inteira, descendo até o estômago.

De repente a gente percebe que cresceu, e isso dói. Dói mais ser brinquedo quando a gente conhece e entende a brincadeira. A gente lê coisas que não queria ler. Vê coisas que preferiria esquecer. Faz coisas que não deveria fazer. Faz porque te dão idéias e descobre que você não vai muito além dali. E estar no meio é como estar em lugar nenhum, é como fazer parte das estatísticas. E nesse caso nada adianta de nada. De nada adianta ir a lugar nenhum se você vai e volta sozinho. Se ninguém vem com você. Solidão. O bacana desta vida, o bacana mesmo, são os encontros. Isso basta e justifica os meios. E para se encontrar, é preciso que haja amor.

Olha que incrível: Só agora me dei conta porque estou escrevendo. Todos os motivos para essa angústia e essa descrença disfarçadas de lágrimas conta-gotas é amor. Nestas últimas semanas eu perdi um pedaço de mim e, quem sabe, do meu coração. Eu caminhei com você para algum lugar. Caminhei, parando para sorrir, parando para chorar, parando simplesmente...Vivendo algo que não conhecia como amor, apenas brilhos dele...

Acho que não sei usar o amor. Às vezes arranha feito farpa. Gosto de me arranhar. “Há em mim um estranho prazer em exibir minhas cicatrizes” Depois de alguns momentos, de alguns silêncios, meu coração não cabe entre os prédios, meu coração é maior do que o mundo e anda solto voando no ar. Amar alguém que eu não sei se conheço, que de todas as distâncias parece estar na maior delas, entre as montanhas e o mar. Entre a pele e o suspiro. Entre o afago e o tesão.

Sabe... Mesmo antes de existir, alguns beijos são tão intensos, algumas bocas são tão boas, alguns abraços são tão fortes, alguns toques são tão delicados, alguns cheiros são tão doces. Alguns momentos são tão únicos. Que voam como aviões (ou dentro deles). Acho mesmo um pecado que todas as pessoas do mundo não vivam tudo isso, mas eu também não recomendo os meus momentos. Por puro egoísmo.

Ali, na minha frente, está quem eu escolhi para amar, até que a morte nos separe - eu e meu desejo. E é nesta hora, quando eu descobrir isso e escolher viver, tudo tanto pode como não pode, tudo tanto é quanto não é, tudo é tanto sonho que não chega a ser vida real, tudo é tão longe que deixa de ser só vontade e passa a ser sentimento, meu, dentro de mim, seu dentro de você, nosso, dentro da alma do mundo. Tem coisas que de tão boas não cabem em mim.
...
Hoje só quero no meu corpo o gosto simples de me sentir acordado, amado, desejado. Alheio às tormentas habituais e rotineiras e as lágrimas derramadas ao fim da sessão da tarde. Decidi que tenho coragem e que já estou casado de não gostar de mim. Nem de ninguém. Nem de amar ninguém. Nem de me amar.

...

E não é que a chuva chegou até aqui e molhou meus pés? E não é que minha janela ficou pequena demais? E não é que tem algo me apertando lá dentro? E não é que o mundo é imenso lá fora? E não é que de repente não tenho mais medo de avião? E não é que tem amor que não sai de mim? E não é que eu consigo dizer não? E não é que algumas coisas estão apenas começando? E não é que algumas cascas descascadas e futucadas já deixam a ferida exposta?

Entre os sons



Hoje, agora, tenho vontade de gritar, de sumir. A vida não se resolve por ela mesma e a decisão faz parte da beleza, da construção e da aflição de cada dia. Eu sei disso faz é tempo, mas não sei colocar em prática nem metade do que penso e que acredito.
Ouvindo "The boock of love, The magnetics fields", entrei em crise de dor, de vontade. Onde estão meus sonhos? Onde está minha coragem? Onde ficam as minhas verdades?
Elas precisam sair das letras, precisam ganhar o espaço e tirar- me do sufoco. Estou entre meus sons...
Eles são lindos, mas na mesma medida insuportáveis e estão aqui dentro presos, sozinhos. Não sei como fazer. Dentro de mim uma canção de Amor canta, uma voz de um lugar remoto, dejavu, uma melodia só minha.
Amargurado pela minha dor, aprisionado pela verdade latente.
Eu quero o colo pra chorar as minhas lágrimas e um ouvido paciente pra me escutar.
Há tanto a ser dito. E eu nem sei por onde começar. Ainda olho o mar ... Será na imensidão que encontrarei a necessidade de ser tudo, de me diluir e me entregar?
Está errado tudo, tudo maluco no berço das minhas certezas. E pra onde vou? E onde estou?
Cada minuto é um suplício, cada verdade um sacrifício, cada dor um soluço, cada sonho a necessidade de um abraço.
E onde estão esses braços? Onde se perderam os passos? Como posso fazer pra voltar? Existe volta? De quem é essa imagem refletida? O que existem nesses olhos? Falam o que diz o coração? Tenho saudade de ser criança, hoje sou eu, quem sou, multidão.
Anderson me falou a um mês atrás que minha virtude e meu algoz é a capacidade de perguntar.
Continuo sem resposta, encurralado no meu desejo, afirmando minha vontade, negando as minhas ações. Mas isso é ser feliz?
Sorrir? Chorar? Quero ser a cor do meu som.
Sonho com esse dia.

Quem sou eu

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Sou o que sou, com algumas perguntas e indagações!