Enquanto houver sol haverá um sonho, uma história, uma esperança... Enquanto o céu refletir em mim sorrisos haverão canções e saudades... Enquanto houver sonhos haverão novos amigos... Nas esquinas da vida sempre um novo! E uma vida inteira pra decifrar... Eu sou do Sol! Sou da luz! E do dia...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Bom dia!


Hum, bom dia!!!!!!
Oi, sim, um bom dia...
Sim, um bom dia... Dia , noites no seu cheiro, com seu gosto.
Bom dia!
Bom dia para o sol, bom dia.
Bom dia pro sorrisos;
Bom dia pro cansaço.
Bom dia pro verão.
bom dia pro calor...
Bom dia.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Um pouco mais de mim, em várias partes







São tantas históras a serem contadas... Adoro escrever sobre elas... Sempre me remetem a um fato novo, a um detalhe que eu não lembrava. Fazer memória do passado sempre me dá insigths, são curas e reconciliações que vão me tornando mais livre em cada passo, menos preconceituoso, mais feliz e cheio de esperança no meu futuro.

Me lembro agora das vezes que eu brigava com minha mãe e vice-versa. Eu sempre dizia que ia fugir de casa, que pegaria as minhas coisas, e saia dizendo que iria embora. O meu primeiro refúgio era a casa da minha avó, que tinha lá seus problemas e motivos pra todo àquele amargor, porém estava sempre disposta a me acolher. Algumas vezes ela ficava estressada, e também inventava motivos pra ralhar comigo (Em verdade eu dava motivos também). Fui criança que adorava mexer nas gavetas alheias - a gaveta da minha avó especialmente- pra descobrir onde ela colova perfumes, doces e coisas que pra mim eram uma espécie de segredo...). Me esquecia logo logo dos meus desentedimentos com minha mãe, envolvido pelos carinhos da minha avó, seus doces e mingaus deliciosos que só ela sabia fazer...

Minhas duas irmãs nunca foram tão próximas a ela como eu fui. Existia mais que um elo de avó e neto, era uma cumpliciade e amizade, um medo da arte dela, misteriosa e inteligente . Havia um medo, medo que eu crescesse e fosse embora... O que aconteceu anos depois, como vou contar.

Pra dizer a verdade, acredito que eu nunca fui bem compreeendido pela minha família. Sempre tinha respostas pra tudo, por gostar de ler e adorar ouvir a conversa dos adultos...Meu pai sempre preocupado em colocar o pão na mesa e pagar as contas nunca se inquietou muito com o que eu pensava, como eu enxergava a vida e como estava vivendo, do outro lado minha mãe sempre foi mais atenta a essas coisas, porém, sempre esteve ocupada com os afazeres, com as obrigações de dona de casa, com as filhas muheres, com as minhas inúmeras crises alérgicas, aí meus pensamentos e traquinagens só eram problemas quando prejudicavam a alguém.

Então de forma sadia -se posso assim dizer- foi mais fácil construir um mundo só pra mim. Cercá-lo com meus muros. Afinal, meninos não brincam com meninas. No meu quarto eu lia meus livros e gibis, tinha minha vitrola, ouvia meus discos (de meu pai na verdade ,que era bem eclético).E finalmente, depois que enjoava de ficar só eu me envolvia de alguma forma nas coisas que elas (minhas irmãs) estavam fazendo...
Acredito que esse seja um dos motivos que me impedem de conseguir viver sem elas... Mas ainda tenho esperança de ter privacidade pra fazer as coisas que quero fazer sem ser interrompido pela curiosidade de minha família.

Voltando a minha avó...

Descobrí anos mais tarde, quando começei a compreender que o mundo real de Doroty era preto e branco, que minha avó e meu avô maternos tinham um casamento de aparências. A miséria, as dificuldades financeiras sempre foram um marco na vida da minha mãe. Apesar do meu avô ter o próprio negócio gastava tudo o que tinha com amantes, destratava os filhos na rua...
Minha avó tinha fugido com ele de casa, era a 'amasa', por isso foi 'deserdada'. Sustentava a família com doces caseiros que fazia. Isso numa cidade pequena era algo difícil de ser vender... Todos tinham frutas nos quintais, ou pescavam. De uma forma geral eram todos pobres.

Foi humilhada pelas irmãs mais abastadas, casadas com médicos, tenentes da marinha no Rio de Janeiro. Uma ferida não curada até hoje. Tenho parentes que nem conheço... Que não entram em contato, que eu nem sei quem são.

Quando minha bisavó faleceu, compadecida pela conjutura da situação, doou um casebre pra minha avó criar os cinco filhos e sair da garagem onde meu avô atendia como barbeiro... As minhas tias avós fizeram de tudo para impedir que essa herança chegasse às mãos de minha avó. Afinal, a caçula tinha desonrado a família...
Por conta do meu tio avô mais velho ela conseguiu reaver a herança, porém não ficou com nenhuma jóia ou objetos de valor que não estavam no testamento e que simplesmente desapareceram da casa da minha bisavó depois de seu falecimento ( Pasmem: Quem cuidou da minha bisa nos últimos momentos foram minha mãe e minha avó...)

Minha mãe conta tudo isso sem mágoas, mas com uma esperança . Isso me faz acreditar em futuro melhor... Depois de entender essa história pude perceber melhor tanto amargor e faltas de sorrisos... Alguém que depositou a confiança da sua vida num grande Amor falido.

Amor só é possível a Dois.


Onde estás?


Sei que tenho muito

Pra esperar

Mas tenho todo o tempo

Em minhas mãos


Enquanto espero a tua

Volta o mar

Me serve de consolo

E o coração é o teu lar

Apesar do tempo ainda

É o teu lugar


Não imaginas quanto aqui

Me dói

Te ver passando o dia assim

Tão só

Te ver perdendo o tempo

Com a razão

Matando o que há no peito

E o coração é o teu lar

Apesar do tempo ainda

É o teu lugar


Onde estás?

Quero tanto te ver

Já cansei de amanhecer

Dia-a-dia a te esperar


Sei que às vezes pareço estar distante e não estou...

Se me faço presente, é no Amor...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008


Os dias passam lentos.
A felicidade não cabe no peito.
Teu olhar será minha cura!
Se dissipem as minhas enfermidades no teu sorriso.


Encolham as dores.
Ilunine a lua nosso olhar cheio de saudade.
Alegre-me .
Alegro-te nos meu desejos.


Corra de medo.
Trema de insegurança.
Quero ser as tuas extremidades.
Escrevo pra você.
Me perco e me acho pra você.
Guardo cartas que não te mandei.
Levo os presentes que eu achei que tinha perdido.


Que eu me esqueça de tudo.
Que me lembre dos seus detalhes...


Saiba: Não importam as datas...
Importa você.
Importo com você.


Não me importo com as inseguranças.
Nem com o que vão pensar.
Me importo com teus esforços.
E te Amar por inteiro!



quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sim

No sim de cada dia
Em cada melodia
Na noite escura e fria.

Só sei que é para sempre
Nada impedirá nosso Amor.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Esperar


Passar e não perder de vista.
Andar e não contar os passos.


Falar sem perder a linha.
Tocar sem poupar o tato.
Há tanto tempo que eu espero
Que nem me parece longe...


Continuo passando
Falando
Andando
Tocando


Se a espera
Por somente força própria
Motivia tudo isso
Que O Amar seja motivo eterno
De continuar esperando.

domingo, 23 de novembro de 2008

Indo de partida


Se ainda insiste em me amar;
E teima em ficar sempre a minha espera.
Não há como negar,
Que no teu lugar já estaria a beira:
De perder-me ao final!
De sentir-me sozinho!
Longe do que sou!


Sei que em todo o lugar
Que eu for haverá algo que me lembre...
Do teu jeito de amar.
E sempre a zelar.
Pra que não aconteça:

De perder-me ao final!
De sentir-me sozinho!
Longe do que sou!


Não me importa o caminho:
Sei que vou!
Carregando comigo,
O teu amor!


E o tempo há de sempre apagar...
Essa falta de te ter...
E a próxima viagem vou viver...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ser diferente...


Ele que acordava sempre a mesma hora e esperava o relógio tocar
Ele se vestia sempre às sete horas, não deixava de se agendar
Ele preferia sempre o mesmo lado da avenida,
o mesmo banco em frente ao cobrador...
Já era mestre em inventar desculpas pra não perder a novela no televisor!

Hoje esse cara já não perde uma oportunidade de aprender sobre a realidade,
sobre ter a personalidade de viver num mundo tão cheio de desigualdade...


Já não basta ser assim,
só basta ser melhor!
Quando o dia acabar,
que seja diferente...
Que seja assim pra sempre.

Um pouco de mim


Vou contar uma história que era só minha. Só nossa agora. Aqui todos os segredos são perdidos.




...




As lembranças da minha infância sempre são agradáveis, mesmo as mais constrangedoras. Considero isso um grande exercício. Como eu estive na solidão e seu exercício me fez aprender ( Não falo de uma solidão de tristeza, mas a solidão consigo mesmo, àquela que abre visões, amadurece a vontade, fortalece a memória e dilata a imaginação... ). Ter vida contemplativa ajudou muito! Aprendi a pensar, e escrever meu passado com os olhos no agora. Plantando com consciência meu futuro! Aprendi a fazer memória de Amor de tudo o que foi vivido. As consequências são boas sempre. Os frutos estão aí. Esperança e Criatividade.




A primeira lembrança que tenho da minha infância com clareza dos feitos é que estou andando numas ruazinhas do bairro da Conceição em Itabuna. Com uns quatro ou cinco anos minha mãe deixara eu ir comprar chiclete num barzinho vizinho a nossa casa. Os donos eram ( e são) amigos nossos. Só tinha chiclete "Ploc" de tutti-fruti, assim mesmo aceitei, mesmo desejando mascar o do meu sabor preferido que era de menta. Enquanto saía lembro de ter ouvido Alceu Valença cantar: "Pele macia é carne de caju, saliva doce, doce mel, mel de Uruçú..." Música que permite não apagar a memória dessa lembrança antes de me mudar de bairro.

Me lembro vagamente do caminhão de mudança. Lembro que antes de ir minha mãe pediu ao meu avô para cortar eu cabelo ( Ele criou cinco filhos cortando cabelos e fazendo barbas a vida inteira...). A casa da minha avó era perto da nossa, quando sabia que era pra cortar o cabelo já saía de casa enfezado da raiva que eu iria sentir enquanto ele cortava. Naquela época eu não sabia explicar porque. Na verdade era porque tinha a mão muito pesada, isso me irritava e fazia um simples corte terminar entre lágrimas, cabelos pretos espetados em mim. Pra acabar com o choro minha avó me dava doce de caju Maguarí cristalizado... Que ela estocava para ir ao Prado no fim do ano.

Tenho saudades dessa época.

Voltando à mudança... Meu pai ainda fumava e eu me agarrava nos isqueiros sem gás, mas que ainda soltavam algumas faíscas pra chatear as minhas duas irmãs. Lembro-me que chegamos no caminhão de mudança. Que festa! Meu pai tirou várias fotos que ajudam a manter viva a memória escrita.

Nas fotos apareço agarrando minha irmã caçula pelo pescoço, só par irritá-la. Tentando encostar o isqueiro nela...


Continua


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sobre arruelas parafusos, um novo enfoque...




É muito bom saber que sou esperado. Bom demais ser surpreendido... Melhor ainda é fazer a surpresa.

Feliz estou e sou e por te ver sorrir comigo, de mim. Feliz eu sou por tua simplicidade...

Provado! Provamos um ao outro a possibilidade de Amar, diante de todas as nossas complexidades. Encontramos novas rosas-dos-ventos em nós. Novas possibilidades de sermos felizes...

Estar com você é viver a vida nova. Buscar este novo abrindo mão das pretenções de tudo o que foi vivido anteriormente. Não tenho firmado minha vontade nas expectativas e tenho sido feliz assim...
...
Inevitável deixar de agradecer. Aprendí vivendo fora da Bahia que quem é grato a tudo se dispõe. E só pode ser grato se houver uma intenção sincera de Amar. Obrigado por estar comigo, por permanecer na intenção de me ajudar a dar um salto.

Isso indica que não só sei ser pó da estrada. Como você mesmo me diz não passo fora das percepções... Tenho tomado as rédeas buscando resgatar minha identidade. Pelo menos pra nós mesmos.

Onteontem no caminho de volta pensei nisto. O quanto custa caro, o quanto me sinto livre. Pedí luz a Deus pra ser feliz não me negando mais...

Duro dizer essas coisas pra mim mesmo. Muito duro. Encontar a identidade e assumí-la. Ter uma razão de vida, vida tão confusa por não ser senso comum nunca.

Insigths me vieram à cabeça... Me recordei inicialmente da minha infância, onde ser eu mesmo era tão ameaçador, alí eu tinha que negar tudo isso. Era obrigatório e maior do que o entendimento do que realmente sou no âmago do ser.

Foram tantos apelos... Porém me deparo comigo mesmo mais uma vez. Nada mudou. Continuo sendo o mesmo menino sensível, bobo e chorão.

Só que decidí me desproterger das mascáras que inventei e inventaram pra mim. Livre dos meus preconceitos, livre das lembranças que me prendem ao passado. Livre dos sentimentos de culpa. Livre do egoísmo que me prende a mim mesmo. Quero ser livre para ser uma potência de Amor e ser grato permancendo em você assim como já permaneces em mim...


Motivos de sobra pra celebrar...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Aventurando


Bem aventurado sou!
Por ter você!
Bem aventurado eu vou.
O bem da aventura eu quis,
Assim vou me aventurando a ser feliz.


Chão de muita estrada andei.
Céu de muita estrela eu ví.
Dor de Amor eu já sofrí. E mesmo assim de Amar não desistí.


Só peço a Deus que na trama das palavras,
Desperte as nossas falas e nos ensine a escrever...
Poemas que despertem:
Respostas em quem não sabe responder!


Só peço a Deus qua na trama dos altares
Rebrilhe nos olhares e venha em nós se eternizar.
E venha gerar sonhos
Quando não soubermos mais sonhar.


Bem poetizado eu sou!
Bem poetizando eu vou.
O bem da poesia eu quis:
Assim vou poetizando sou feliz.


Bem aventurado eu sou:
Meio bom, meio ruim!
Oriento-me na minha cruz...
Oriento-me no teu Amor.


Sou palavra, vou verbo, sou da tua cor.
Sou da minha prosa um prosador
Das minhas saudades tradutor.

Sobre parafusos e arruelas...


Me pergunto sobre o que é mais importante: Estar ou permanecer? Estar é se fazer presente de forma física. Acompanhar sem osmose. Falar pra ser ouvido. Olhar nos olhos e ser bem ou mal intencionado, entendido pelas expressões físicas. Estar é acostumar-se com a presença e a constância. É poder contar sem pedir. É ficar triste e ser acalentado sem pedir socorro. É ter os gostos saciados saciando. Ter as verdades transmutadas nas pequenas coisas do dia-a-dia. Ser compania, colchão, lençol ou cobertor. Depende do dia e da necessidade. É dividir a pasta de dente no final, comer pão no mesmo prato...

Estar é correr o risco de não fazer parte, de acostumar-se. De não ser necessário. Estar é correr riscos. Isso também tem seu lado bom. Desde que tomei consciência da minha vã existência sempre quis passar sem ser percebido. Tenho lutado com isso.


Permanecer é partir e não deixar. É estar e não ficar. Estar perto porque está dentro. É construir sonhos juntos. Sentir saudades e ter o desejo de surpreender. Surpreender sempre. Não fazer conta do dinheiro num tempo em que tudo tem um custo e que pensar nisto é forçoso e necessário.

Permanecer é sermos eternos desconhecidos nos conhecendo. Permanecer é reunir o do norte e do sul. Conhecer as histórias. Aprender com os limites, abraçar as fraquezas, expor as necessidades. Se divertir com tudo isso. Alargar a intimidade. Supor no ecerto, se dispor ao erro.

Aprender a cair, ajudar a levantar.

Isso tem sido fecundo nesses dias. Exercitar a virtude em ser tão desvirtuoso como eu.

Bom o título se refere a estar como vinco principal e permanecer como apoio. Feitos um para o outro o parafuso e a porca, ou arruela, se assim quiser chamar.

As vida não se consolida em três meses de conversas, nem em três semanas de contato. A vida está aí pra ser construída, como o ambos o parafuso e a porca precisam ser lubrificados, apertados, folgados... Precisa-se viver.

E tem sido uma satisfação.


terça-feira, 11 de novembro de 2008


Eu sou uma tempestade ambulante.
Trago trovões!
Consequente bonança.

Palavras que o vento levou


O vento passou por aqui e me contou um segredo:
Disse pra eu ter paciência e vencer o medo!

Que a vida vai seguir seu rumo,
Que tudo tem o seu lugar...
Um coração que é teimoso um dia aprende a Amar...

O tempo passou por aqui e acalmou meus sentidos...
Aliviou meus pesnsamentos,
Levou os mais doídos.

Encontar e perder faz parte da vida...
Receber, quem pede perdão.
Recomeçar e amar no coração.

De tudo o que fiz:
Amar Amei...
Tentando ser feliz!
Nem tudo encontrei.
Só teu Amor me guiou na escuridão...
Trazendo verdades,
Ao coração.

Contra o tempo


Corre contra o tempo e vai...
Pra bem longe.
Segue um rumo incerto e sai...
Busca o que nunca se viu...


Sente o que é escondido e não se vê.


Volta o tempo que te traz.
Pra mais perto de um barco à vela e sai.
Mar aberto descobrir,
Sentimento que se esconde em um lugar...
Perto,
Ou longe,


Norte que se chama Amor...


É o porto de chegada,
Da partida;
Do encontro ;
E jaz.


Mesmo depois de crescido,
Se faz menino,
Pra se encontrar.


Corre contra o tempo e vai...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sentimento sem nome




Fui tentar assistir alguma coisa pra tentar forçar o sono a falar comigo...

Achei um Dvd, chamado: "Harry e Sally, feitos um para o outro", supus que o filme pudesse me ajudar a ficar com mais sono, dormir. Fiquei mais inquieto ainda... Estou me sentindo marginal de mim. Aqui, na minha solidão só tenho uma tecla pra escrever e confessar esse sentimento sem nome, mas com cheiro de confusão...

Harry e Sally se conheceram numa viagem. Harry sempre sincero conquistou a repúdia de Sally, que embora metódica não conseguia enxergar o que eles tinham em comum o desejo de tranparência numa relação, e isto de fato era o que mais a incomodava em Harry. Isto foi a gota d'água pra mim. A partir daí nada mais do filme entrou em minha cabeça. Meu coração já batia forte e inquieto, triste. Sem ter com quem dividir...

As primeiras lágrimas já são derramadas na velocidade das coisas que acontecem entre nós. Fiquei com raiva sim... E me perguntei o que poderia ser mais autêntico do que cada gesto que tive e tenho. Questiono esse novo caminho. Questiono qualquer espécie de medo.

De fato não quero isso pra mim. Quero um Porto Seguro.

Acredito, que pelo título do filme Sally deve ter descoberto que Harry, embora fora de todos os contextos de uma paixão, é o Amor que ela procurava...

domingo, 9 de novembro de 2008

Alguém...


Há de ouvir.
O que na solidão falei.
O que meu coração sentiu.


Sim você está aqui.


Se me ouvir, será que podes me falar?
Só pra tranquilizar meu peito...


Sim você está aqui.


Moras em meu peito, e nem uma palavra diz...


Ah, meu Deus, onde foi?
Eu já não me aceito sem uma palavra...
Que segredo que há em dizer o que há comigo?
Ou será que sou eu que não vejo?


Sim você está aqui... E é Amor.

Exata Noção


Sim, restar só ao mar seguir...
Rumar prum horizonte levar.
O peito vazio de razão.
Na alma completa o querer de estar e ser!


Sim, leme virar, seguir...
Correntes pra se navegar!
Léguas que faltam chegar.
Neste lugar de um só céu e mar.

De tanto imaginar, aportar...


Ir onde o barco levar...
Ir onde o barco levar...


Esta é a exata noção do saber:
Só navegar...


(Sobre a nossa conversa no Rio Vermelho...rs)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Memórias de uma tarde Sol...


Tava doendo a saudade...
Tava com medo de ser tarde.
Mas como é boa a Saudade
Coroada de vontade, mais uma vez tarde de Sol...


Caminhando pela Paulo VI,
A avenida parecia pequena...
Cada passo uma saudade amena,
Cada gota de suor, uma vontade apenas.


Me encontrar no teu sorriso cansado,
Fazer poesia da nossa agonia...
Gritar de alegria e espasmo:
Meu coração é tua moradia!


Com quadrinhas fazer memórias,
De ser sempre Sol em Salvador!
E poder falar da casa verde nosso encontro:
De almoço cheio de cor e calor.




Instantes


A Saudade é mãe do Encontro, uma não existe sem o outro... Acredito nisso. A Felicidade, irmã caçula também veio morar comigo neste dia. Uma família inexplicável. Realidade no meu coração neste tempo.

Acredite, pensei que não seria assim durante muito tempo. Fui capaz de mover meu céu e minha terra, pra te provar o quanto quero você... Não é a sensação de ser especial, ou de te fazer especial, mas a verdade de te sentir morando nas minhas poucas certezas, de fazer parte da sua vida. Que delícia! Que paz! As palavras, os sentidos me dizem que estou no caminho certo, caminho da possibilidade de ser feliz plenamente.

Mais cedo conversávamos que esta experiência não é pra todos... Muitos passarão nesta vida sem viver. Não me pergunte por que. Sou o homem das perguntas, não das respostas. A única resposta que tenho hoje pra nós é que as peças separadas hoje encontram os sentidos de existirem, de serem. Assim me sinto. Como se a sua voz me chamasse de longe. E neste percurso encontrei pedras, dificuldades, histórias que não deveriam ser vividas, dores sem consentimentos, ofensas evitáveis. E essa história recortada, desviada, chegou ao ponto de parada.

As palavras não fluem pra falar de realidades tão sublimes.

Moro nestes olhos que vertem Amor pra mim. Moras nas minhas palavras doces... Nos meus medos escondidos, nas intenções não confessadas. Acredito em milagres mais do que nunca: Meu tempo pára com você. Não existe dia nem noite, nem tristeza, nem alegria. É como se apenas por um instante eu pudesse tocar no teu aberto coração e toda eternidade estivesse lá.

O Amor, velho e sempre novo veio pedir licença para se instalar definitivamente...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Elegia de Marília de Dirceu


A manhã, o almoço, a tarde maravilhosa na companhia de Nai.
Marcante, salutar, limpo...
Uma saudade sem medida, um desejo incontrolável...
Eu querendo ser teu e te ter...


Respeitando nossa intimidade, limito-me a dizer que Marília e Dirceu de Tomás Antônio Gonzaga invadiram nossa madrugada:


Prólogo:


Uma esposa que te ame, meu Filho, dar-te queria
Que por teu valor mereça estar em nossa companhia
E comer pão numa mesa do mesmo que eu comia
Pra que conheça os bens que em tal Filho eu possuía
E se congrace comigo por Tua graça e louçania

- Muito agradeço, Pai - Filho respondia -

À esposa que me deres, minha claridade eu daria
Para que por ela veja quanto meu Pai valia,
E como o ser que possuo do seu ser o recebia
A encostarei ao meu braço e em teu amor se abrasaria
E com eterno deleite tua bondade exaltaria.


Marília:


Ouço passos, vozes do silêncio,

Um segredo, um sussurro, um murmúrio,
É o esposo adorado, é o Rei, o Senhor,
Entra, faremos festa, amor, Meu amor
Eu dormia, mas meu coração velava
E ouvi o meu amado que batia “Abre, minha irmã, minha amada,
Pomba minha sem defeito.
Tenho a cabeça orvalhada, meus cabelos gotejam sereno.”

Ponho-me de pé para abrir ao meu amado
Minhas mãos gotejam mirra
Abro ao meu amado, mas o meu amado foi...embora.
Encontraram-me os guardas que rondavam a cidade.
Bateram-me, feriram-me, tomaram-me o manto, tomaram-me o manto...

“Que é o teu amado mais que os outros, Oh mais bela das mulheres?
Que é o teu amado mais que os outros, Para assim nos conjurares?”

Meu Amado é branco e rosado,
Sua cabeça é de ouro puro,
Como copa de palmeira, seus cabelos.
Suas faces são canteiros de bálsamo,
Seus lábios são lírios com mirra,
Seus braços torneados em ouro,
Sua boca é muito doce,
Ele todo é uma delícia.
Assim é meu Amigo, assim é meu Amado.

“Que é o teu Amado mais que os outros, Oh mais bela das mulheres?”
Eu sou do meu Amado e o meu Amado é meu e o meu Amado é meu .


Dirceu:


Que livro vou abrir pra Te encontrar?
Através de que letras e palavras, vou Te perceber?
Qual poesia vai Te revelar?
Que mar iluminado de luar, vou olhar?

Em que céu estrelado, Tu vais Te deixar achar?
Qual árvore verde encostada no céu azul vai me dar o que espero?
Qual olhar vai Te dar a mim?

Tudo me arranca um suspiro, cada dia mais de dentro,
Por tudo, ao mesmo tempo, Te esconder e Te revelar.
Por trás de que coisa concreta vou Te pegar?

Quem vai me descobrir
Tua presença,
Em cada luar, em cada dia, em cada olhar?
Eu amo a Tua presença, tão escondida e tão presente...

Que mar iluminado de luar, vou olhar?
Em que céu estrelado, Tu vais Te deixar achar?

Te deixar achar, achar...


Marília:


Vagalume, que no peito tens fogo, e ardor respiras, e assim eu,
não menos do que tu, grande incêndio tenho dentro do coração,
grande incêndio tenho dentro do coração.
Tu, de noite, voando pelo céu errando vais,
Mas o meu amor entre as sombras errando ao meu amado
não chega nunca, não chega nunca.

A sombra a ti não dá medo porque a luz em ti nasce e eu agora, em noite escura,
vou buscando a minha luz,
vou buscando a minha luz.

Ah, se tivesse em mim a força de voar, como a ti é lícito,
atingiria o céu e a minh´alma, cheia de amor, seria feliz, seria feliz.


O que não cabe no peito



É como perder o chão ...
Não!
Querendo mais pisar.
É algo que acontece,
Quando se menos quer!


Você:
É como era o meu sonhar...
É melhor que o imaginar...
É melhor...


É como ganhar o mar...
Querendo se perder...
É muito mais que um par!
Quando nós somos um.


É melhor que seja assim...
Esse Amor que fica ao lado.
E dentro desse peito que só quer Amar!
Esse Amor que a gente inventa...
E que às vezes não cabe no peito!





Em resposta a tua mensagem, um tributo à saudade. Tô chegando!
Veio com melodia e tudo. Quando eu chegar eu canto!

domingo, 2 de novembro de 2008

A Nova história continua.



Decidimos ir num ônibus intermunicipal. Poderíamos assim ter privacidade para estarmos um com outro.


Tive que esperar com impaciência os quarenta minutos de viagem e poder te beijar de novo. Entendo você, mas estou num tempo de chutar o pau da barraca pra ser mais livre e feliz... Já repetí várias vezes que ando cansado de muitas coisas que insistem permeiar a vida, pautá-la em falsas morais.


Vai fazer uma semana amanhã... Ainda guardo em mim teu cheiro, teu gosto. Minha camiseta com teu perfume intacta, sem lavar. Só pra lembrar...


Na viagem transcorreu tudo bem, ainda sobre o efeito da tarde de sol nos olhamos muito, ao mesmo tempo achei doido me permitir tudo isso, no entanto, de você pra mim foi transmitida uma confiança gerando uma incapacidade de voltar atrás, coroada de leveza, alegria e paz. Assim eu iria até o Japão! Que assim seja!


O sol aunciava que era proibido dormir naquela noite, que carregaríamos o cansaço daquele dia por muitos outros dias. Enquanto isso você me mostrava o seu mundo numa cidade que não via a bons anos. A linha do trem fez o nosso passeio ser mágico... Tormou as emoções como uma trilha que iria dar em algum lugar. Sem você a vida foi perda de tempo. E eu te perguntei:



- Onde você estava? Porque demorou tanto?


- Eu estava caminhando, sozinho e triste. Te procurando entre ruas e esquinas...


Chegamos na sua casa. Tudo tão "Cleam"... Seu quarto parece comigo. Limpo de imagens, cheio dos seus olhos, da singularidade da sua voz. Cheio de gatinhos que esquecí de dizer que também os amo. Sua cama de verde em degradee, seus cds, cabide estratégicamente expondo as roupas da semana, e eu já tinha visto de outras formas. Nem esperou eu olhar todas as coisas... Alí aconteceu algo inusitado, nos beijamos e começamos a brincar um com outro como crianças que estavam com muita saudades uma da outra e brincavam de fazer cocégas, de rir um do outro, de simplesmente estar junto.


Continua





sábado, 1 de novembro de 2008

Eu também andava só.
Eu também olhava pros meus pés.
Como posso parecer tanto com você?
Como podemos ter olhos parecidos?

A vida cuidou de você pra mim...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Minha cor



Tenho cor de saudade...
Vivendo no tempo de sonhar.
Tenho desejo de correr...
De saber onde você está.


Tenho consistência de bolha de sabão...
Tão leve, me misturo a você
Assim como a bolha não resiste ao ar.

A história nova!


Em meio a enfermidade de meu pai parei pra pensar no sentido de vida, sentido de morte. Quero ser coerente com ambas as partes. De certo que a coerência se dá com a maturidade, com o lançar-se...


De fato, ser coerente com a vida, com o novo. Estar disposto a fazer novas amizades, a travar novas experiências, a tirar os olhos de mim mesmo. Mas me parece que a medida que o tempo vai passando eu vou me tornando preso aos meus conceitos, às boas histórias vividas e isto vai roubando e domesticando o novo. Eu não quero isso pra mim, conscientemente! Embora eu veja paralisações emocionais da minha parte por conta das negatividades que carrego. Eu quero viver de fato! Quero ser livre pra Amar... E isto me move a estar aqui!


Venho lutando a algum tempo com o tema liberdade na minha vida... Descobri na minha simplória experiência com quem sofre que o tempo esconde a eternidade, que a paciência tudo alcança e que o verdadeiro Amor, àquele que escolhemos pra viver, lança fora todo o temor... Salve, salve a Eleanor H. Poter, que marcou a minha adolescência... A brincadeira do contente.


Também quero ser coerente com a morte! Pode parecer repugnante a minha idéia, mas é irrigada de experiência de uma perda de uma querida pessoa, com a saudade, com a ausência, com a missão cumprida ou inconclusa, ligada a tomada de posse da própria história. Isso quer dizer que quero viver (E tenho vivido assim...) cada dia com a expectativa do fim, com tudo o que tenho e sou. Salve o Carpe Diem!


Morrer não me parece ser de fato ruim... Inspira a alegria libertadora da missão cumprida, pra mim que quero viver até a última gota... Verter com consciência cada emoção e cada nota musical. Livre dos preconceitos, da frustração de não ter errado... Eu quero errar, se isto me levar a ser mais livre de mim mesmo!




...




Depois da tarde maravilhosa e transcendente que tive acabei de crer que não existe vida sem romper com as barreiras do tempo e do espaço. Eu vi que a devoção de coração movida pelo desejo de Amar vale muito, e é raro viver assim.


A nossa história está apenas começando, mas foi capaz de quebrar grilhões enferrujados, inclusive o desejo de escrever e de me expressar, de me fazer conhecer pra você pelo menos na minha iletração barata. Foi capaz de me fazer romper com muito do que trago até aqui... E isto é positivo porque não foi por causa de, mas por consequência das minhas escolhas.


Esqueci de dizer... Enquanto estávamos naquele ponto de ônibus eu tive uma crise súbita de tristeza, então ouvi:


- Porque você está triste?


Respondi:


- Porque já é noite... Vamos voltar pra nossa vida...


- Então aproveite o dia de amanhã, e venha conhecer minha casa... (Carpe Diem?)


-Sério?


-Sim, nos encontramos umas 07:00 horas da manhã... Tenho folga durante a manhã. Durante a tarde eu trabalho e você me espera... Assim poderemos conversar melhor e nos conhecer.




...




Um sono inquieto me atormentou, felicidade e euforia... Nem as festinhas pra mim mesmo adiantaram. Um fim de férias cheio de "Speed", diria Papito.


Meu pai já não estava bem e eu tinha decidido ficar com ele no Hospital pela manhã... Minha irmã se prontificou a levá-lo pela manhã cedo, e disse: "Aproveita teu último dia de férias, painho vai ficar bem! " Carpe Diem?


Bom, aproveitando ou não deixei minhas coisas doidas em casa. Não desarrumei a bolsa de viagem. Combinei com meu primo que levaria minha bolsa na rodoviária no outro dia na às 12:00, assim mandaria Astrúbal de volta pra casa. Cheguei cedo, comprei minha passagem de volta ao trabalho, telefonei, e já estava a caminho.


Sentei sozinho em frente ao Beirute e tentei ler um livro que estou enrolando pra terminar a um mês... Então quase concentrado na terceira frase da página meu telefone toca e você já me procurava.


Vencendo o mau-humor da manhã:


-Bom dia! Dormiu bem? Me dizia com um abraço. Menti:


- Sim dormi bem e você?




...




Continua


Até a porta...


Quando se acende uma luz
na porta entreaberta
fica alí um rastro brilhante...
Que faz do quarto escuro janela pra se olhar.


Olhar o mundo pelas portas do quintal;
Passar da cerca como quem passa uma fronteira.
Ganhar a rua com o lhar de quem se perde.
Perder o rumo com o sabor de quem se ganha.


E quando a hora instiga o sol a descansar,
Só no contrário achar caminho pra voltar.
Cruzar a rua como quem se lança ao mar!

Lançar-se ao braço que no Amor sabe esperar...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Para Nai e Tato, parte 3


"Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me falta...


Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
você é mesmo
Tudo aquilo que me falta..."


Saibam que sou ligado em trilhas sonoras, enquanto entrávamos naquele pequeno restaurante tocava essa canção do Nando. Não sabia se era pra rir ou pra chorar - Eu minha velocidade de 300 km/h - , fiquei por causa da música... Por intuição. Acho que entendi o que era intuição naquela tarde. Eu e meu naturalismo, meus traumas, minhas saídas engraçadas, sorriso fácil.
Pus logo meu prato e engoli... Enquanto a criatura comia devagar, como se degustasse cada olhar, cada frase dita, cada momento, me fazia sorrir mais e desejar uma eternidade. O tempo começou a parar ali quando me desculpei por comer tão rápido e como resposta simplesmente disse: " Escolhi essa camiseta branca pra te ver,por intuição". A comida voltou pra garganta... De fato eu queria ficar à sós.

Não era ruim, o lugar não era lindo... Sinos não tocaram, não houveram gostos especiais , e, de fato não sei mais o que engoli. Meus olhos ficaram fixados na camiseta branca. Faltaram assuntos a serem conversados ali. No fim da sua degustação saímos rapidamente, mas antes perguntei a graçonete que usava uma lente de contato horrível onde ficava o banheiro... Mesmo sem porta entrei e todos os que estavam alí sabiam que eu estava fazendo xixi, mesmo estando de costas... Fui lavar minha mão no lavabo encardido e me surpreendi que ele tinha comprado o Tridente que eu tinha pedido com meu sabor preferido - de canela - e me disse mais uma vez que também escolheu por pura intuição... Quem derreteu fui eu, viu?

Dali fomos conduzidos pra um lugar onde o vento fala nossos nomes, onde alguém sempre está de braços abertos. E sentados sob a sombra, calor do sol e o olhar do mar. Nos adoramos durante um bom tempo... Não tínhamos palavras pra dizer um ao outro... E como sempre interrompi o momento com uma canção, já cantada por tantos amantes: " Se tu soubesses como sou tão Carinhoso..." O tempo parou de verdade... Nem sol, nem o mar, nem os olhares curiosos, ninguém podia interromper. Era nosso o lugar e momento, a paisagem, os sorrisos...

Falei de tantas coisas... Falei dos falsos amores, das decepções, dos medos... Falei do meu desejo... As palavras não cabiam mais, e nos perdemos no olhar um do outro, ficavámos assim entre indagações e canções, entre sorrisos e contemplações... Uma paz inexplicável, um desejo incontrolável, num lugar nada convencional, num mundo restrito ao Amor, aos sentimentos reais, ao desejo concreto de viver e se descobrir no outro.

O Sol já ia se por... Então disse que já estávamos fazendo parte do cartão postal e saiu pra comprar uma água de coco proporcional aos nossos tamanhos. Numa simplicidade sem explicação eu não sabia o que fazer! Tudo tão sensivelmente perfeito... Era pra abraçar? Era pra falar? Era pra fazer o que? Ambos queríamos muita coisa, mas não sabíamos que passo dar...

Pouco a pouco chegaram crianças perto de nós... O lixeiro veio catar os cocos, os fotógrafos chegaram para registrar o mais lindo por do sol que já vi (Tomou o lugar do pôr do Sol no Rio Amazonas).

E eu cantei: "Diz, quem é maior que o amor? Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora!Vem, vamos além. Vão dizer que a vida é passageira...Sem notar que a nossa estrela vai cair..."

O Sol foi se pondo, eu cheguei e conclusão que foi a melhor tarde vivida a muito...


...


Fomos procurar um banheiro, afinal muita água de coco... Na volta pra casa roubei um beijo anunciado... Deixando que no ponto de ônibus entre palavras e canções o relógio atrasasse outra vez... Astrúbal, cupido e cumplíce viu tudo. A camiseta branca... Ai ai.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Para Nai e Tato, parte 2.


Bom, deste texto em diante me despeço dos amores que não vivi. Peço perdão também, mas agora meu coração tem morada fixa...! Uma nova história começa aqui. Vou contar...

Acordei de manhã ansioso. Muita coisa aconteceu. No fim do dia eu tinha almoçado duas vezes...

...


Difícil demais pra chegar... Como se o mundo inteiro conspirasse contra e a favor...
Quando àquela porta de vidro se abriu me deparei com dois olhos castanhos, grandes. Eu nem acreditava no que via. Tremi (E acabou de me ligar agora... Meu coração disparou... Pode?!)


De supetão arranquei Astrúbal da capa e cantei coisas que não tive coragem de dizer. Ali todos os meus medos e dúvidas se dissiparam, se perderam na certeza do encontro com àqueles olhos, encontro conspirado pela vida... Porque demorou tanto? E fez exatamente como diz o texto sobre mudez... Me olhava.
E não percebeu que minha voz vacilava de suspense, mesmo assim permiti que muita gente testemunhasse àquele momento naquele corredor, nem intentavam o que se passava. Agora me lembrei do que me dizia um amigo: " Amar é a possibilidade de encontrar alguém e se identificar com não sei o que!". E isto aconteceu morando no mistério do encontro.

Ficamos alheios a tudo durante uns quarenta minutos, reparei num pedacinho da casquinha do sorvete no canto dos lábios - Nem quis comentar, fez parte do charme - , então a fome nos roubou, alí seria impossível ouvirmos a voz um do outro...




continua


terça-feira, 28 de outubro de 2008

Abraço Forte


Quando meu abraço acaba sem sentir o teu;
Sinto esse aperto dentro, forte no meu peito.
E quando essa parte minha sente essa saudade
É como querer, é só relembrar...



Sinto quando vejo o tempo que passou ao longe...
Sinto quando lembro o que restou daquele abraço:
Uma amizade acima de qualquer lugar;
Mais um verso, em prosa, consciência que me traz.


É bom relembrar do nosso lugar...



E quando o sol nascer aqui, eu sei...
Quero te ver mais, ver assim:
Quando tua voz pra mim cantar:
Abraço forte, amigo!

A senha


Sabe do Amor a Senha?
O segredo pra se viver?
Decifra pra mim o dom de Amar sem ter que precisar:
Do Silêncio.
Do Escuro.
Não há nada a fazer a não ser pra mudar um grito no ar...
Pra mostrar, Amor, a Senha...


No seu olhar: Pra descobrir!
No seu falar: Pra entender!
No seu tocar: A Senha!

Para Nai e Tato, parte 1.



Prelúdio - Antes do encontro...


Eu iria tentar ficar mudo durante uma semana pra processar as idéias como Papito disse, mas eu tenho tanta coisa para dizer, tanta, mas tanta. Tanta mesmo. Que se eu ficar em silêncio as possibilidades se multiplicam e dá no mesmo. Por isso vou começar com o que se passou dentro de mim antes daquela tarde de sol...

Definitivamente não sei o que está acontecendo comigo. Também desisti de entender. Hoje não estou agüentando o peso que é viver de verdade. Peso que pesa, mas passa. Parece que faz tanto tempo que vivo esta vida que não é minha, que me esqueci o que é verdade e o que é mentira dentro de mim. Prefiro optar por mentiras sinceras a verdades cortantes, essas sim, tão deliciosas.
Travesseiro quente me dá insônia. Parece que começa a esquentar meus pensamentos, minhas idéias, e, de noite, eu sempre preciso esfriar minha cabeça. A mim, já me bastam o corpo em febre e os desejos como fogo. E ontem fui dormir todo encolhido, agarrando ao meu travesseiro, fazendo festinha em mim mesmo até dormir.Estava dando voz às minhas culpas de estimação, tentando me despedir delas.

Tenho apertos incontroláveis no peito à vezes. Inexplicáveis e inconfundíveis. São sempre iguais.Agora estão mais freqüentes. Talvez eu fosse mais forte se entendesse a alma dos homens, a minha pelo menos. Eu queria não sentir nenhuma falta, nem física nem metafísica. Eu queria ser vento ou fortaleza. Se eu fosse um pouco mais seguro das coisas que eu não tenho, talvez eu vivesse mais feliz na felicidade que eu não conheço.

Estive sempre procurando algo e todas as vezes que eu achei que encontrei não demorou a ver que eu perdi. Quando isso acontece, espero que o tempo ou a correnteza traga de volta. Espero que o vento sopre a vela para o meu porto. Mas no meio do caminho fica um vendaval. Fica um buraco. Tem sempre uma pedra no meio do caminho. E o que você faz? Foge para Passárgada ou marcha? Marcha para onde? Marcha-ré. E nem adianta tentar abrir a porta que não mais existe. Nem ficar em silêncio, ou recorrer às estrelas cadentes. Quando será que eu vou descobrir que o mundo é de verdade?

Com o tempo a gente começa a descobrir por que é que algumas pessoas têm medo de algumas coisas. Eu tenho medo. Quando a gente descobre essas coisas, que mexem tanto, a gente também percebe que é tarde demais pra gente e que deveríamos ter saído antes daquele lugar onde, na verdade, nunca deveria ter entrado. Depois fica insuportável. Mas o pior é quando a pressão interna é maior que a externa.

Não é o tempo real. É o nosso tempo, nossa dimensão. A minha urgência de viver...e de repente o tempo escoooooo...ooorrre e as horas paaaaaassam... E sou relógio. E sou dia. E sou semana. Mês. Quantos anos mesmo? Agora entendo por que é que algumas pessoas insistem no fato de que mentir é diferente de omitir e lembra das próprias mentiras escorrendo como fel, amargo na garganta inteira, descendo até o estômago.

De repente a gente percebe que cresceu, e isso dói. Dói mais ser brinquedo quando a gente conhece e entende a brincadeira. A gente lê coisas que não queria ler. Vê coisas que preferiria esquecer. Faz coisas que não deveria fazer. Faz porque te dão idéias e descobre que você não vai muito além dali. E estar no meio é como estar em lugar nenhum, é como fazer parte das estatísticas. E nesse caso nada adianta de nada. De nada adianta ir a lugar nenhum se você vai e volta sozinho. Se ninguém vem com você. Solidão. O bacana desta vida, o bacana mesmo, são os encontros. Isso basta e justifica os meios. E para se encontrar, é preciso que haja amor. Ou se pega um carro e vai para a Barra, ou se pega um avião e vai para São Paulo, ou se pega um ônibus e vai para Porto Seguro, ou se pega um barco e vai para Ilha, ou se fica aqui, sentado, a ver navios...

Olha que incrível: Só agora me dei conta porque estou escrevendo. Todos os motivos para essa angústia e essa descrença disfarçadas de lágrimas conta-gotas é amor. Nestas últimas semanas eu perdi um pedaço de mim e, quem sabe, do meu coração. Eu caminhei com você para algum lugar. Caminhei, parando para sorrir, parando para chorar, parando simplesmente...Vivendo algo que não conhecia como amor, apenas brilhos dele...

Acho que não sei usar o Amor. Às vezes arranha feito farpa. Gosto de me arranhar. “Há em mim um estranho prazer em exibir minhas cicatrizes” Depois de alguns momentos, de alguns silêncios, meu coração não cabe entre os prédios, meu coração é maior do que o mundo e anda solto voando no ar. Amar alguém que eu não sei se conheço, que de todas as distâncias parece estar na maior delas, entre as montanhas e o mar. Entre a pele e o suspiro. Entre o afago e o tesão.

Sabe... Mesmo antes de existi, alguns beijos são tão intensos, algumas bocas são tão boas, alguns abraços são tão fortes, alguns toques são tão delicados, alguns cheiros são tão doces. Alguns momentos são tão únicos. Que voam como aviões (ou dentro deles). Acho mesmo um pecado que todas as pessoas do mundo não vivam tudo isso, mas eu também não recomendo os meus momentos. Por puro egoísmo.

Ali, na minha frente, está quem eu escolhi para amar, até que a morte nos separe - eu e meu desejo. E é nesta hora, quando eu descobrir isso e escolher viver, tudo tanto pode como não pode, tudo tanto é quanto não é, tudo é tanto sonho que não chega a ser vida real, tudo é tão longe que deixa de ser só vontade e passa a ser sentimento, meu, dentro de mim, seu dentro de você, nosso, dentro da alma do mundo. Tem coisas que de tão boas não cabem em mim. ...Hoje só quero no meu corpo o gosto simples de me sentir acordado, amado, desejado. Alheio às tormentas habituais e rotineiras e as lágrimas derramadas ao fim da sessão da tarde. Decidi que tenho coragem e que já estou casado de ninguém. Nem de amar ninguém.
...

E não é que a chuva chegou até aqui e molhou meus pés? E não é que minha janela ficou pequena demais? E não é que tem algo me apertando lá dentro? E não é que o mundo é imenso lá fora? E não é que de repente não tenho mais medo de avião? E não é que tem amor que não sai de mim? E não é que eu consigo dizer não? E não é que algumas coisas estão apenas começando? E não é que algumas cascas descascadas e futucadas já deixam a ferida exposta?
E não é que estou amando?


Ps: Depois conto o restante... haverão outros capítulos! Beijos...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


O tempo passa !
A vida tem pressa de ser vivida...

Sobre hoje, sobre tudo


Acho que nestas situações, em que não temos o controle, o medo cresce... o medo que ninguém consiga ver através dos meus olhos tudo que eu sinto e tudo que tenho a oferecer....Medo de que ninguém queira aceitar tudo o que eu sinto... "Sempre serás o sonho de ti mesmo. Vives tentando ser, papel rasgado de um intento" Queria que meu mundo morasse nos seus olhos. Sabe que deve ser muito bacana morar nos olhos de alguém? É sinal de que a gente não lhe sai da cabeça, pelo menos por poucos e eternos segundos. É sinal que a gente lhe enche o corpo e transborda pelos olhos. Pode-se ver os sorrisos nas pupilas. Pode-se ver um coração na íris. Pode se ver o quanto se gosta um do outro.

Sempre vou rápido demais, como rápido demais. Só queria dormir um pouco mais, aprender a fazer sexo em slowmotion, respirar, contando até dez. É porque não entendo... Não parece engraçado que no mundo, hoje, todo mundo esteja procurando a mesma coisa, mas ninguém consiga encontrar? Homem, mulher, héteros, gays. No fim, está todo mundo sempre sozinho, com medo de se entregar, com medo de se envolver, e com todo esse medo, cada um a sua maneira, afasta os relacionamentos, destrói as histórias recém-nascidas, minam as possibilidades. No final da noite, olhando pra lua, são todos sombras querendo entender: afinal, o que é preciso fazer pra se ter um amor de verdade?

E só então percebo.... Poemas e pecados. É disso que nos alimentamos no limbo da Terra. Do que sacia a vontade que a Igreja e a moral enterra. Pra gente como nós, todo verso é um grito, todo pecado, um rito. E a passagem é a busca da margem. Da outra margem do rio, que nos reserva o encontro com as portas do paraíso. Com os olhos acesos e gosto de licor de chocolate. De cheiro de uvas e sândalo. Do mel e do fel. Do ser e sentir....

Eu só queria propor um desafio. Você topa?

Tá. Imagina um sonho. Imaginou? Imagina ele lá longe, bem lá longe. Imaginou? Agora imagina ele se aproximando, cada vez mais e mais e mais. Imaginou? Agora feche os olhos e materialize o sonho. Nele tem um computador, uma mesa, uma sala, alguns livros, uma grande janela de vidro da qual se a orla de Porto Seguro. Imaginou? Por trás tem dois braços e nesses braços um abraço. Imaginou? Agora respira fundo. Um... Dois... Três... Conta até dez. Sentiu o cheiro de sabonete de glicerina que vem das mãos que lhe tampam os olhos e têm dois braços nos quais cabem meus abraços? Imagina agora dois corpos, que se completam muito além deles. Antes, depois e além do sexo e não por causa dele. Pelo sexo anarquista de Cléo e Daniel, ou pelo comunista e Rocco. Imaginou? Imagina agora que você abre os olhos e o sonho se transforma em outro sonho. Sonho dentro do sonho. Imagina um sonho bem real, tão real que dentro dele se vive. Imaginou? Neste sonho tem um avião. Um não, têm vários aviões, rumo a Itália, México, Argentina ou só Salvador, por aqui mesmo. Têm muitas pessoas. Tem um mundo inteiro. Mas nada importa além daquelas duas pessoas. Imagina essas duas pessoas, então, perdidas em cima de uma cama imensa, branca, cheia de almofadas e travesseiros e colchas e cheiros de incensos, duas solidões perdidas, alguns amores guardados, outros vividos outros não, quatro pés sem destino, duas cabeças cheias de tanta coisa que sai pela boca, pelos ouvidos, pelo nariz e pelos poros arrepiados. Ele, buscando guardar na memória novas formas de prazer. O outro, tentando viver um amor que se perdeu desde seus 12 anos, e guardou num relicário, junto com estrelas derretidas. Imaginou? Agora imagina o seguinte: no meio da solidão os dois se encontram, tateando no escuro. Descobrem, pela superfície das mãos, a textura da pele que já conheciam de outros mundos. Reconhecem as peças do quebra-cabeça nos dedos destendidos. Resolvem encaixá-las. O mundo dos adultos olha perplexo a descoberta infantil e diz: tente um de 1000 peças, esse parece muito fácil. E segue andando sem olhar para trás e desmerecendo o que vem à frente. Imaginou? Imagine agora uma chama de luz muito branca e quente e clara no meio da testa. Ela desce para o meio da barriga. Ela sobe para o alto da cabeça. Ela percorre toda a sua coluna. Ela pára na sola dos pés. Ela guia seu olhar. Imaginou? Tá, agora me diz: onde pararam seus olhos? Imaginou?

A noite você me conta. Ou quem sabe algum dia. Só sei que depois de tudo, só posso viver assim:

"E falta sempre uma coisa,um copo, uma brisa, uma frase,E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa."Fernando Pessoa


Tô chegando!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Quem me dera

Adeus, meu bem
Eu não vou mais voltar
Se Deus quiser, vou mandar te buscar
De madrugada, quando o sol cair dend’água
Vou mandar te buscar

Ai, quem me dera
Voltar, quem me dera um dia
Meu Deus, não tenho alegria
Bahia no coração

Vou preparar o jantar,
a cama,
e ficar na janela esperando teus olhos me olharem,
e quando chegar, a lua vai brilhar em meu coração
pode esperar...
eu vou
vou mandar te buscar.

Co- autoria Maick Barreto

quarta-feira, 22 de outubro de 2008




"Deveriam não existir bancos, nem dinheiro, nem capitalismo, nem contas a pagar... " Dizem alguns...


Se de fato não existisse, não haveria internet, nem a possibilidade de estar mais perto pela vitralidade da comunicação on-line que tenho com você. No entando eu seria mais criativo, e te mandaria uma carta toda semana, e, mesmo com os clichês de uma carta de Amor sei que criaria uma expectativa na sua espera.


Um exemplo:


Oi!


Estou deitado na cama, olhando a foto que vou te enviar. Faz muito tempo que escreví uma carta à mão. Aliás, faz muito tempo que escreví qualquer carta. Enquanto vejo a tinta da caneta dançar pelo papel, desenahndo letras, vejo que esta é uma maneira concreta e verdadeira que posso me contar pra você.


Tenho te amado, na verdade saber amar é uma nobreza que ainda sou plebeu. Estar envolvido contigo tem me mostrado tanto de mim... Revela o quanto de amor guardado eu tinha dentro de mim. Sempre recorro aos poetas, quando não sei mais o que dizer. Nossa história está sendo construída... Passei muito tempo da minha vida cansado, sem fé... Hoje sinto uma clareza translúcida sobre este tempo. Com você me arrisco, gosto de me despir pra você. Abrir mão dos castelos que construí para me isolar da dor e do prazer.


Ainda guardo na pele seu toque, que me alimenta. Sinto que você sempre esteve de braços abertos pra me encontrar, lembro da órbita quente de nosso primeiro encontro. Você me contando seus planos, falando de fidelidade, e eu de picolé de limão... E toca nas minhas costas tão machucadas, e eu toco nos teus cabelos... Enquanto canto canções que só existem em vinis sou tomado de êxtase. Cada parte do seu corpo é quente, dá pra ouvir os corações queimarem. Toda luz do mundo ilumina teu sorriso, eu desejando morder teus lábios e fazer parte da sua vida...


Hoje olhando pra tua foto, decorando teus traços, minha mão dói por não escrever há muito. Mas hoje é vida nova. E quero viver pro hoje. A vida é nova e anda nua, vestida apenas com meu desejo, que é ter você.





terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ao passo das horas


Te esperei até meia noite, esperei algumas histórias que só você sabe me contar. Esperei mais uma novidade em canções... Isso nem importava muito.

Foram doze badaladas, a estória se tornou real e enquanto história o sono chegou lento e insistente e eu não gozei da presença cautelosa dos teus dedos. Peguei no sono, e virei abóbora...

Pela manhã me surpreendí! Haviam flores no meu jardim e o sapatinho de cristal estava depositado na soleira da minha porta, com um pequeno cartão de ursos pandas abraçados.

"Onde fostes e porque me deixastes com gemido?" Dizia o bilhete, conseguindo arrancar boas gargalhadas numa expectativa de que muitas festas estariam por vir... Que muitos bailes de dupla dançaríamos, ao som de "How can you mend a broken heart", e nos beijaríamos ouvindo "Linger" . Tive vontade de ter mil fadas madrinhas e receber de cada uma delas um sapatinho de cristal, na esperança de que em cada noite pudesse correr devidamente ao seu encontro...


Perto


Perto do pequeno rio,
Ao lado do meu quintal,
Perco minha noção de ir e vou...



Em tua direção, meu passo a apertar;
Deixo minha casa aqui e vou pra tua casa.



Pois lá é que me sinto bem, é nos teus braços que me vejo sendo teu,
Porém, já tenho que me acostumar sempre a te ver do outro lado da montanha...



Mas custe o tempo que custar, eu sei.
Custe o meu futuro e custará...



E bem do lado esquerdo,
Assim dentro do peito.
Essa montanha sei que posso atravessar...



Pra te encontrar...

Eu quero saber onde você mora.
Quero estar na sala.
Tomar água.
Conversar um pouco, sorrir pra você e me despedir.


Não se preoucupe, eu volto.


E quando voltar, me convide pra ir a cozinha, me mostre sua dispensa.
Não tenha pressa.
Faremos um risoto juntos, ou o que você queira me fazer de melhor.
Comeremos juntos com vinho seco, ou doce se preferir...

Me dispeço.


Não se preocupe, amanhã eu volto.


Chegarei de mochila.
Com um livro pra ler e uma toalha pra tomar banho.
Você nem se preoucupa, comemos no mesmo prato sem pôr a mesa, à frente da tv.
Deito no seu colo, você faz um cafuné na minha cabeça, me convida pra dormir...
Sorrio pra você enquanto me mostra teu quarto, abre as gavetas...
E eu tento tirar palavras que podem te contar.
Enquanto me dispeço sou supreendido pelo beijo que faz calar os medos.


...


Amanhece o dia.


Ouvimos uma canção que parece lusitana.
Uma de pescador, àquela que você me presenteou e que aprendí a amar...
Sem me despedir, tomo minha mochila e me vou.
A minha vida continua, ainda assim levo teus olhos nos meus.


Não tenha medo, eu volto.


Meu quarto parece estranho, já não me sinto parte.
Quero uma história com você.
Quero voltar pra tua vida, quero voltar pra nossa história.


E permaneço.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Contemplação 2

3 de Julho de 2007


Como olhar pra este céu e não esperar?
Além dos dogmas de fé eu sei, eu sei amar...
Encontar num sorriso minha escolha.
Como de uma criança pura;
Encontrei num palhaço mais que alegria a candura, e o desejo de ser feliz.
Dizem que o palhaço é um cara melancólico.
Que por trás dos sorrisos esconde perigos...
Eu não ví isso.
Ví o interior de uma casa, cheia de riquezas, sem certezas de que elas estão lá;
Ví sorrisos guardados, disfarces de lado de um picadeiro que nem sabe que está alí.
Mas dizem: "Ele é palhaço, e só sabe fazer rir!".
Eu digo que ele é mais do que aparenta, é belo e nem tenta sem mais do que dizem aqui.
Nos bastidores ele chora, eu quero abraçá-lo sem demora, dizer que estou aqui.
Descubro mais que sorrisos, sua história que acha sem brilho, e eu vejo um novo logo alí.
Como não olhar pro céu e sorrir, se o que vejo é sem fim?
Como não me alegrar com o palhaço se o que ele é de fato alguém que mora em mim...

Numa tarde de sol


Se for pra lembrar que eu me lembre de uma tarde de sol...
Pra poder megulhar no que que é teu.
No teu pensar.
Nas tuas águas que adquirem várias formas,
Que se adequam em qualquer recipiente...


Alí fico sozinho.
Com meu jeito de falar...
Não me sinto perdido, mas diferente e feliz em te buscar.


Um amor que me salvou, e que sempre me amará.
Me chama, eu vou. Não precisa de dor, nem penar.


Com cheiro de sol, iluminado pela lua eu vou.
Você disse que comigo estaria em casa todos os dias.
Que eu me lembre da tarde de sol....

Mudez







Existe uma forma de me deixar mudo...
De fazer as palavras cessarem.

Não diga o que quero ouvir.
Não seja senso comum.

Não me agrade...
Não me convença.


Faça sua presença necessária.

Olhe nos meus olhos.
Sem cheiros, sem sons...
Nas tuas mãos meus diamantes...

Cerrando as portas de bar

Eu não vou jurar que por você correria na Lâmina;
Mas num preferido boteco.
Adoraria tomar na sexta - feira algumas cervejas e celebrar:
Contemplar teu riso.
Desejar teu corpo... Te devorar a cada gole.
Te devorar.
Te devorar a cada gole...
E te devorar.

Vamos enganar a solidão?
Escutar Cartola em repetidos brindes ao passar das horas até cerrar as portas...
Escutando Cartola, em repetidos brindes...

Uma graçinha vã...
Mais uma noite sozinho...
Mesmo que amanhã tenha qualquer companhia...
Com qualquer afago, abraço ou gozo fugás, ainda assim estaria só...

Vamos enganar a solidão?
Até cerrar as portas do bar...

Sinestesia entre paredes


A boca que beija, impulsiona a mão que toca;
impressiona os olhos que vêem.
Inflama a libido que grita...
Acorrenta o sangue que corre.


Impulsiona as emoções que giram.
Infla o membro que cresce...
A língua que percorre gera o arrepio que candeia...
Forja a mão que segura ;
Empurra a vontade que liberta o corpo preso à roupa.


O encontro íntimo acontece...
O corpo responde, o suor aquece e é o álibe que lubrifica a imaginação...


Voz de menino


Onde está a voz e o menino?
Onde vai a luz da verdade?
Onde foi parar o destino...?
Onde foi parar?


Foi pras bandas do nevoeiro;
Foi perdendo o jeito façeiro...
Foi ganhando as rugas do tempo.
Onde foi parar?


Vai menino!
Conta teus sonhos pra mim...
Meu menino, pode dormir, eu serei:
Teu aconchego;
Teu porto;
Teu companheiro, teu mastro...
Teu rumo na escuridão...
Àquela estrela ao alcance da mão...

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