Enquanto houver sol haverá um sonho, uma história, uma esperança... Enquanto o céu refletir em mim sorrisos haverão canções e saudades... Enquanto houver sonhos haverão novos amigos... Nas esquinas da vida sempre um novo! E uma vida inteira pra decifrar... Eu sou do Sol! Sou da luz! E do dia...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Um pouco de mim


Vou contar uma história que era só minha. Só nossa agora. Aqui todos os segredos são perdidos.




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As lembranças da minha infância sempre são agradáveis, mesmo as mais constrangedoras. Considero isso um grande exercício. Como eu estive na solidão e seu exercício me fez aprender ( Não falo de uma solidão de tristeza, mas a solidão consigo mesmo, àquela que abre visões, amadurece a vontade, fortalece a memória e dilata a imaginação... ). Ter vida contemplativa ajudou muito! Aprendi a pensar, e escrever meu passado com os olhos no agora. Plantando com consciência meu futuro! Aprendi a fazer memória de Amor de tudo o que foi vivido. As consequências são boas sempre. Os frutos estão aí. Esperança e Criatividade.




A primeira lembrança que tenho da minha infância com clareza dos feitos é que estou andando numas ruazinhas do bairro da Conceição em Itabuna. Com uns quatro ou cinco anos minha mãe deixara eu ir comprar chiclete num barzinho vizinho a nossa casa. Os donos eram ( e são) amigos nossos. Só tinha chiclete "Ploc" de tutti-fruti, assim mesmo aceitei, mesmo desejando mascar o do meu sabor preferido que era de menta. Enquanto saía lembro de ter ouvido Alceu Valença cantar: "Pele macia é carne de caju, saliva doce, doce mel, mel de Uruçú..." Música que permite não apagar a memória dessa lembrança antes de me mudar de bairro.

Me lembro vagamente do caminhão de mudança. Lembro que antes de ir minha mãe pediu ao meu avô para cortar eu cabelo ( Ele criou cinco filhos cortando cabelos e fazendo barbas a vida inteira...). A casa da minha avó era perto da nossa, quando sabia que era pra cortar o cabelo já saía de casa enfezado da raiva que eu iria sentir enquanto ele cortava. Naquela época eu não sabia explicar porque. Na verdade era porque tinha a mão muito pesada, isso me irritava e fazia um simples corte terminar entre lágrimas, cabelos pretos espetados em mim. Pra acabar com o choro minha avó me dava doce de caju Maguarí cristalizado... Que ela estocava para ir ao Prado no fim do ano.

Tenho saudades dessa época.

Voltando à mudança... Meu pai ainda fumava e eu me agarrava nos isqueiros sem gás, mas que ainda soltavam algumas faíscas pra chatear as minhas duas irmãs. Lembro-me que chegamos no caminhão de mudança. Que festa! Meu pai tirou várias fotos que ajudam a manter viva a memória escrita.

Nas fotos apareço agarrando minha irmã caçula pelo pescoço, só par irritá-la. Tentando encostar o isqueiro nela...


Continua


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