Enquanto houver sol haverá um sonho, uma história, uma esperança... Enquanto o céu refletir em mim sorrisos haverão canções e saudades... Enquanto houver sonhos haverão novos amigos... Nas esquinas da vida sempre um novo! E uma vida inteira pra decifrar... Eu sou do Sol! Sou da luz! E do dia...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Para Nai e Tato, parte 3


"Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me falta...


Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
você é mesmo
Tudo aquilo que me falta..."


Saibam que sou ligado em trilhas sonoras, enquanto entrávamos naquele pequeno restaurante tocava essa canção do Nando. Não sabia se era pra rir ou pra chorar - Eu minha velocidade de 300 km/h - , fiquei por causa da música... Por intuição. Acho que entendi o que era intuição naquela tarde. Eu e meu naturalismo, meus traumas, minhas saídas engraçadas, sorriso fácil.
Pus logo meu prato e engoli... Enquanto a criatura comia devagar, como se degustasse cada olhar, cada frase dita, cada momento, me fazia sorrir mais e desejar uma eternidade. O tempo começou a parar ali quando me desculpei por comer tão rápido e como resposta simplesmente disse: " Escolhi essa camiseta branca pra te ver,por intuição". A comida voltou pra garganta... De fato eu queria ficar à sós.

Não era ruim, o lugar não era lindo... Sinos não tocaram, não houveram gostos especiais , e, de fato não sei mais o que engoli. Meus olhos ficaram fixados na camiseta branca. Faltaram assuntos a serem conversados ali. No fim da sua degustação saímos rapidamente, mas antes perguntei a graçonete que usava uma lente de contato horrível onde ficava o banheiro... Mesmo sem porta entrei e todos os que estavam alí sabiam que eu estava fazendo xixi, mesmo estando de costas... Fui lavar minha mão no lavabo encardido e me surpreendi que ele tinha comprado o Tridente que eu tinha pedido com meu sabor preferido - de canela - e me disse mais uma vez que também escolheu por pura intuição... Quem derreteu fui eu, viu?

Dali fomos conduzidos pra um lugar onde o vento fala nossos nomes, onde alguém sempre está de braços abertos. E sentados sob a sombra, calor do sol e o olhar do mar. Nos adoramos durante um bom tempo... Não tínhamos palavras pra dizer um ao outro... E como sempre interrompi o momento com uma canção, já cantada por tantos amantes: " Se tu soubesses como sou tão Carinhoso..." O tempo parou de verdade... Nem sol, nem o mar, nem os olhares curiosos, ninguém podia interromper. Era nosso o lugar e momento, a paisagem, os sorrisos...

Falei de tantas coisas... Falei dos falsos amores, das decepções, dos medos... Falei do meu desejo... As palavras não cabiam mais, e nos perdemos no olhar um do outro, ficavámos assim entre indagações e canções, entre sorrisos e contemplações... Uma paz inexplicável, um desejo incontrolável, num lugar nada convencional, num mundo restrito ao Amor, aos sentimentos reais, ao desejo concreto de viver e se descobrir no outro.

O Sol já ia se por... Então disse que já estávamos fazendo parte do cartão postal e saiu pra comprar uma água de coco proporcional aos nossos tamanhos. Numa simplicidade sem explicação eu não sabia o que fazer! Tudo tão sensivelmente perfeito... Era pra abraçar? Era pra falar? Era pra fazer o que? Ambos queríamos muita coisa, mas não sabíamos que passo dar...

Pouco a pouco chegaram crianças perto de nós... O lixeiro veio catar os cocos, os fotógrafos chegaram para registrar o mais lindo por do sol que já vi (Tomou o lugar do pôr do Sol no Rio Amazonas).

E eu cantei: "Diz, quem é maior que o amor? Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora!Vem, vamos além. Vão dizer que a vida é passageira...Sem notar que a nossa estrela vai cair..."

O Sol foi se pondo, eu cheguei e conclusão que foi a melhor tarde vivida a muito...


...


Fomos procurar um banheiro, afinal muita água de coco... Na volta pra casa roubei um beijo anunciado... Deixando que no ponto de ônibus entre palavras e canções o relógio atrasasse outra vez... Astrúbal, cupido e cumplíce viu tudo. A camiseta branca... Ai ai.

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